Conheça os movimentos que impulsionam a agenda ambiental, social e de governança nas organizações e saiba quais são as tendências ESG a que sua empresa precisa estar atenta para se alinhar às demandas do mercado
Os pilares ESG (ambiental, social e de governança) vêm ganhando cada vez mais relevância nas empresas globalmente.
Uma série de movimentos contribuem para o fortalecimento da adoção dessa agenda nas organizações.
Diante desse cenário, como entender quais são as áreas mais relevantes e que podem trazer maior impacto para as estratégias ESG de sua empresa?
O sexto relatório da série “Estudos B” é fruto de uma análise aprofundada dos relatórios globais mais importantes sobre tendências ESG.
A seguir, confira um resumo das tendências nas áreas ambiental, social e de governança que devem impactar as estratégias das organizações em 2024 e além.
A tendência de desperdício zero está ganhando destaque à medida que as preocupações com mudanças climáticas e perda de biodiversidade aumentam.
Movimentos como zero waste e economia circular deverão ganhar ainda mais evidência, visando minimizar a geração de resíduos e promover uma gestão eficiente de recursos.
O Crush Citrus é um tipo de papel sustentável desenvolvido pela fabricante italiana Favini. O produto é feito a partir de resíduos de frutas cítricas, substituindo até 15% da celulose de árvore. Na produção de suco de frutas cítricas, 60% da fruta é descartada. O papel sustentável rCrush Citrus utiliza esses resíduos para criar um material que é composto por 15% de polpa e 40% de resíduos pós-consumo.
Para sair do discurso e efetivamente entrar nas estratégias das empresas em 2024, a sustentabilidade precisará estar profundamente integrada às bases financeiras das organizações.
O reconhecimento crescente da interconexão entre sustentabilidade e estabilidade financeira está promovendo uma fusão entre sustentabilidade, finanças e estratégia de negócios, evidenciando a necessidade de abordagens holísticas para garantir o sucesso empresarial a longo prazo.
No Grupo Fleury, empresa brasileira da área de saúde, 10% da remuneração variável dos executivos está atrelada ao cumprimento de metas ESG com foco no longo prazo. Reduzir em 20% a quantidade de resíduos hospitalares que geram impacto ambiental é uma dessas metas.
A perda da biodiversidade está emergindo como uma preocupação central nas estratégias ESG. Presenciamos uma mudança significativa nas empresas em direção a uma abordagem mais consciente e responsável em relação à conservação da biodiversidade e à gestão sustentável dos recursos naturais.
Diversos movimentos mostram que a preocupação com a biodiversidade vem se intensificando no mercado. No Brasil, a proximidade da COP30 – que será realizada em Belém (PA), em 2025 – ressalta a crescente relevância do tema, evidenciada pela criação da Estratégia Nacional de Economia de Impacto (ENIMPACTO).
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A Dárvore é uma marca de cosméticos que cria produtos naturais de forma sustentável a partir de matérias-primas da Amazônia. A empresa desenvolveu uma tecnologia de formulação de nano encapsulados de ativos florestais utilizando cápsulas de manteiga vegetal. Essa abordagem permite que os ativos sejam absorvidos pela pele de maneira mais eficiente. Consequentemente, os produtos se tornam mais eficazes, reduzindo a quantidade de ativos necessários e contribuindo para uma produção mais sustentável.
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A descarbonização continua sendo central nos esforços para combater a crise climática. Contudo, este ano, cada vez mais devemos ver ações focadas em diminuir também as emissões de metano (CH4).
A pressão para regulamentar e fiscalizar as emissões de metano está aumentando globalmente, levando mais países e empresas a incluírem metas de redução em seus planos climáticos.
A Danone assinou o Global Methane Pledge, estabelecendo a meta de reduzir em 30% as emissões absolutas de metano provenientes do leite fresco usado em seus produtos lácteos até 2030. Para isso, a empresa comprometeu-se a trabalhar com agricultores para implementar práticas regenerativas e desenvolver soluções inovadoras, colaborando com parceiros para ampliar inovação, relatórios e avançar modelos de financiamento.
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A busca por fornecedores seguros e confiáveis está se tornando uma prioridade para as empresas, levando os negócios a incluírem metas relacionadas à sua cadeia de suprimentos em suas estratégias ESG.
O aumento das regulamentações que exigem transparência na cadeia de suprimentos e as expectativas crescentes dos consumidores e investidores por essa transparência estão impulsionando essa tendência.
O “Recibo de Impacto” da ASKET é um documento enviado junto com o recibo de compra regular, detalhando emissões de CO2, consumo de água e energia associados à produção de cada peça adquirida, incluindo embalagem e escolha de transporte. A iniciativa visa conscientizar sobre o verdadeiro custo ambiental da produção de roupas.
A preparação da força de trabalho é uma tendência ESG influenciada por fatores como mudanças climáticas, envelhecimento da população e avanços em inteligência artificial.
O movimento de requalificação da força de trabalho surge como resposta às necessidades de habilidades exigidas pelas mudanças demográficas, socioambientais e tecnológicas. Além disso, apesar do crescente foco em ESG, muitas empresas enfrentam desafios na identificação e retenção de talentos adequados para implementar suas metas.
A Reskilling for Employment (R4E) é uma iniciativa de empresas europeias que visa requalificar 5 milhões de pessoas para ajudar na adaptação dos profissionais à era digital e apoiar a transição energética para net zero.
As práticas relacionadas à diversidade, equidade e inclusão (DEI) devem permanecer em destaque no pilar social das estratégias empresariais em 2024, impulsionadas pela demanda crescente de transparência por parte de investidores e consumidores.
Além disso, observa-se um movimento regulatório para aumentar a transparência das empresas, com recomendações específicas sobre divulgação de dados de DEI por parte de órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
Na L’Oréal, empresa reconhecida por ter um dos melhores índices de igualdade de gênero do mundo, as mulheres representam 50% dos membros do Conselho, 32% dos membros do Comitê Executivo, 57% de todos os cargos-chave e 61% dos diretores de marcas internacionais.
A crescente conscientização do público em relação aos impactos socioambientais das organizações está impulsionando outros dois movimentos dentro das empresas: o ativismo dos acionistas e a advocacia corporativa.
O ativismo dos acionistas envolve o uso do poder de voto e influência para pressionar por mudanças dentro das organizações. Já a advocacia corporativa refere-se às ações das empresas para influenciar decisões políticas, legislativas ou regulatórias que possam afetar suas operações e as comunidades em que atuam.
Essa tendência destaca a necessidade de práticas sustentáveis reais e uma abordagem transparente para garantir a confiança e a credibilidade das organizações no mercado.
Evitar promessas vazias e narrativas enganosas tornou-se crucial não apenas devido à pressão dos consumidores, mas também pelo interesse dos investidores em relatórios precisos e confiáveis sobre o desempenho sustentável das empresas.
A marca Ace & Tate foi na contramão do greenwashing e publicou um post sendo totalmente honesta em relação aos erros cometidos em seus esforços para obter a certificação B. Eles citaram as falhas (como ignorar o impacto social e ambiental de algumas das ações, por exemplo) e indicaram o que farão para corrigi-las.
Nos próximos anos, espera-se uma transformação significativa nas divulgações ESG das empresas, impulsionada pela pressão regulatória crescente.
Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) emerge como uma ferramenta promissora para impulsionar as metas ESG das empresas, capacitando a análise de grandes volumes de dados, a identificação de tendências e riscos, e fornecendo insights valiosos para alcançar essas metas de forma eficaz e impactante.
A plataforma EcoVadis utiliza IA para avaliar o desempenho ESG de fornecedores. Ela analisa informações de milhares de fontes para fornecer pontuações ESG, ajudando as empresas a selecionar parceiros comerciais mais sustentáveis.
Leia também: Inteligência artificial na análise de riscos financeiros relacionados ao clima
O que você acabou de ler é um resumo do que abordamos no Estudo B #6: Tendências ESG para 2024.
Além de ir a fundo em cada uma das tendências apresentadas aqui, ilustrando-as com dados e cases que comprovam esses movimentos, o material traz ainda:
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