Patrus

Evento debate caminhos para empresas compensarem emissões de carbono

Referência em ESG no setor de transporte e logística, Patrus Transportes lança Rota ESG: Diálogo e Construções. Saiba como foi a primeira edição, que debateu como as empresas podem compensar suas emissões de carbono

Com o objetivo de romper as fronteiras internas e engajar pessoas e empresas nas pautas ESG, a Patrus Transportes, especializada no transporte de carga fracionada, lançou Rota ESG: Diálogos e Construções, uma série de debates entre empresas referência em ESG e especialistas no assunto. 

O tema da primeira edição, que foi ao ar em 25 de maio de 2022, foi como empresas podem compensar suas emissões de carbono.

O encontro foi mediado por Vinícius Morreli Braga, Gerente de Saúde, Segurança e Sustentabilidade da transportadora, e contou com a presença de João Teixeira, gerente de sustentabilidade da Natura; Felipe Bittencourt, CEO da WayCarbon; Bruna Hirszman, representante do Sistema B Brasil; e Kátia Rocha, diretora de Gente, ESG, comunicação e Marketing da Patrus.

Durante pouco mais de uma hora, os cinco membros do painel falaram sobre:  

  • O que é o movimento de empresas B e por que ele é importante;
  • O que é NetZero 2030;
  • Como a Natura trabalha a compensação de carbono;
  • Como a WayCarbon ajuda empresas na descarbonização;
  • Regulação do mercado de créditos de carbono;
  • Como a Patrus planeja ser carbono zero até 2030;
  • O que é ESG, de onde veio e para onde vai;
  • O que vai acontecer se a humanidade não conseguir limitar o aquecimento global a 1,5;
  • O “S” do ESG através do Instituto Patrus;
  • Um chamado para que todos se engajem.

As empresas B e o movimento NetZero 2030: em busca de um futuro carbono zero

Bruna Hirszman abriu o painel explicando que ser uma empresa B é se colocar como uma organização cada vez mais responsável por endereçar as questões ambientais, sociais e de governança. Além disso, a representante do Sistema B (que reúne mais de 200 empresas certificadas no Brasil e cinco mil no mundo) falou sobre o movimento, deu detalhes sobre o processo de certificação e elencou os benefícios de ser uma empresa B certificada.

Avançando no debate proposto para a primeira edição do Rota ESG, Bruna falou sobre o movimento NetZero 2030.

Liderado pelas empresas B, este movimento reúne quase duas mil organizações que, em 2019, se comprometeram a zerar suas emissões de carbono até 2030 – ou seja, indo além da meta original estabelecida no Acordo de Paris (2015), que aponta 2050 como prazo global.

Natura, WayCarbon e Patrus são signatárias do NetZero 2030, e o Brasil, com quase 200 empresas participantes, é o terceiro país com mais signatários. “É um protagonismo muito grande dessas empresas, porque é muito desafiador. É preciso muita coragem para assumir esse compromisso. O grande desafio é como vamos endereçar essa agenda e, de fato, cumprir o compromisso de neutralizar emissões de carbono até 2030”, pondera.

Leia também:
Empresas B: o que são e por que são tão importantes para o futuro do planeta

Natura: pioneirismo baseado em consciência e responsabilidade

Em seguida, foi a vez de João Teixeira, gerente de sustentabilidade da Natura, contar como a maior empresa B do Brasil e uma das mais relevantes do mundo trabalha para neutralizar e compensar suas emissões de carbono.

Em sua fala inicial na primeira edição do projeto Rota ESG, João lembrou que os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) são alarmantes e revelam o quanto os seres humanos são responsáveis pelo aquecimento global.

Está muito claro que desde a Revolução Industrial as emissões aumentaram consideravelmente, e é isso que está causando o aumento da temperatura média no planeta. O IPCC também demonstra que temos que limitar o aumento da temperatura em até 1,5°C como um limite confortável para continuarmos vivendo em condições atuais. Porém, as previsões são pessimistas, as consequências ambientais são catastróficas e causarão perdas trilionárias para a economia global. Esses eventos já estão ocorrendo”, lamenta.

A Natura estabeleceu seu programa carbono neutro em 2007. Desde então vem mensurando suas emissões. Não só as emissões de fábricas, mas de toda a cadeia de valor expandida – da extração dos recursos naturais ao descarte final. “Por que começamos a mensurar emissões tão antes de um tema que está efetivamente explodindo agora? Porque desde então acreditamos na importância de fazermos nosso papel”, conta. 

Quando questionado por Vinícius sobre como outras empresas podem começar a monitorar emissões de carbono, João recomendou que o primeiro passo seja entender quais atividades do seu negócio geram emissões de carbono. “O importante é mapear o negócio e entender as fontes de emissão, e, a partir daí, estabelecer um processo de coleta desses dados para quantificar emissões. Temos que olhar para todo o nosso processo produtivo para entender quais são as fontes de energia e processos que geram emissões”, explica.

WayCarbon: a empresa que existe para mitigar e compensar emissões de carbono

Criada há 16 anos, a WayCarbon tem atualmente uma equipe de 200 pessoas dedicadas a fomentar a agenda carbono zero.

Um dos serviços da empresa é o programa ambiental voluntário Amigo do Clima, cujo objetivo é apoiar empresas, organizações, eventos e pessoas a compensarem suas emissões de Gases de Efeito Estufa.

Durante a primeira edição do Rota ESG, Felipe Bittencourt, CEO da empresa, destacou que muitas organizações enxergam o Amigo do Clima como uma estratégia de posicionamento e marketing. “As empresas fazem isso por responsabilidade climática, mas também para acessar mercados. Tudo isso conta pontos para estar em um nível diferenciado de sustentabilidade”, destaca.

Nos casos em que o cliente não consegue reduzir 100% de seu impacto, a WayCarbon oferece um “menu” de projetos de terceiros. “Ou seja, se a empresa não conseguir reduzir, pode apoiar um projeto que conseguiu. Assim, neutraliza ou compensa suas emissões. Temos projetos de combate ao desmatamento na Amazônia, reflorestamento, captura e queima de biogás, energia renovável, solar, eólica, hidráulica, biocombustível etc. Há uma gama muito grande de soluções”, revelou.

Por fim, Felipe contou que a WayCarbon se tornou uma empresa B para ser protagonista. “Você passa a puxar a agenda. Isso mostra seriedade e comprometimento. Clientes, fornecedores e sociedade te veem diferente. E, mais do que aberturas comerciais, o mais interessante é o benefício interno. Você cria um mindset diferente nas pessoas. A cultura de que está, sim, gerando dinheiro, mas também gerando impacto”, analisa. 

Leia também:
O caminho da Movida para ser carbono neutro até 2030

Patrus: a transportadora que é referência em ESG

Ao contrário da WayCarbon, que é um negócio de impacto que existe para mitigar e compensar emissões de carbono, a Patrus Transportes está inserida no tradicional segmento de logística. Porém, ainda assim, tornou-se referência em questões ESG. Nós já contamos essa história, em detalhes, aqui.

Katia Rocha

Durante a primeira edição do Rota ESG, Katia Rocha, diretora de Gente, ESG, comunicação e Marketing, ressaltou que, por ser pioneira e referência em seu setor, a Patrus costuma ser procurada por outras empresas interessadas em aprimorar suas práticas ESG. “Sempre dizemos que é preciso dar o primeiro passo. A gente deu há muitos anos, não pensando que ESG ia surgir ou que sustentabilidade seria o tema da moda, foi algo que começou com o olhar social do fundador e foi ganhando força”, contou.

Além disso, ela reforçou que a Patrus reconhece a responsabilidade ambiental que carrega por estar inserida no setor de logística e transportes e que, justamente por isso, precisa de um olhar cuidadoso para compensar suas emissões de carbono. “Colocamos isso em nosso planejamento estratégico porque se é importante, tem que estar na estratégia da empresa. A partir da estratégia, isso se desdobra para as ações que precisamos executar para mostrar que estamos realmente buscando ser uma empresa B que olha para o mudo e que tem esse cuidado, pensando nos desafios das mudanças climáticas. Temos um papel fundamental”, lembra.

Um chamado para que todos participem da agenda climática

Vinícius Braga

O debate da primeira edição do Rota ESG terminou com um chamado de Vinícius para que outras empresas se envolvam com a temática.

Para isso, ele recomendou que conheçam o Sistema B e a WayCarbon como potenciais parceiros, indicou a Natura enquanto vanguardista na temática da sustentabilidade e sugeriu acompanhar relatórios de outras organizações que são referência, organizar essas informações para começar a entender o seu engajamento e o quão próximo ou distante está da pauta ESG. 

“O que mais queremos aqui é trazer engajamento para que as pessoas entendam que também pertencem a essa pauta. É uma chamada para que todos caminhemos juntos e que esse assunto seja ainda mais pulverizado. Não fazemos sustentabilidade para a Patrus, queremos que extrapole os muros, porque não existe um planeta B”, finalizou.

Leia também:
Relatório de sustentabilidade: transparência e responsabilidade socioambiental
Boas práticas em relatórios de sustentabilidade

Assista ao ROTA ESG sobre compensação de carbono na íntegra

Estudo B #1: Como criar e executar uma agenda climática

A série Estudos B surgiu para aprofundar temas relevantes e apresentar caminhos para pessoas e empresas preocupadas com o impacto que geram no mundo.

Na edição #1, revelamos as tendências que apontam para um futuro carbono zero e contamos histórias de empresas que possuem uma agenda climática forte e inspiradora. Faça o download.

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Publicado por
João Guilherme Brotto

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