Entenda por que adotar uma dieta baseada em plantas ou simplesmente reduzir o consumo de carne é uma das ações mais efetivas que uma pessoa pode tomar para ajudar a combater a crise climática e conheça cinco empresas que estão impulsionando as dietas baseadas em plantas globalmente
A Vegan Society define o veganismo como uma filosofia e estilo de vida que busca eliminar, tanto quanto possível e viável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais, seja na alimentação, no vestuário ou em qualquer outro contexto.
Quando o assunto é especificamente a alimentação vegana, as dietas excluem qualquer produto que tenha origem total ou parcial em animais, contemplando exclusivamente produtos de origem vegetal – frutas, legumes, grãos, leguminosas, frutas secas, óleos, sementes, especiarias e extratos à base de plantas.
Você sabia que seguir uma dieta rica em vegetais reduz mais as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do que instalar painéis solares em casa, usar carro elétrico (ou transporte público), compostar restos de comida e diminuir o uso de plástico?
O gráfico abaixo elenca as 20 principais ações climáticas de alto impacto para famílias e indivíduos e destaca a dieta baseada em plantas e a redução de desperdício de comida como as ações climáticas mais eficientes.
Seja por preocupações éticas, motivações ambientais ou maior foco no cuidado da saúde, cada vez mais pessoas estão diminuindo o consumo de carne. No Brasil, por exemplo, estima-se que, atualmente, 14% da população seja vegetariana (ou seja, não come nenhum tipo de carne, mas consome produtos derivados de origem animal – como laticínios e ovos).
Esse contexto contribuiu para que, no mundo, o número de empresas que oferecem produtos plant-based triplicasse desde 2010. Em 2023, o mercado global de alimentos baseados em plantas foi avaliado em US$ 50,32 bilhões, com projeção de crescimento para US$ 95,92 bilhões até 2028.
Atualmente, metade da terra disponível em todo o mundo (excluindo desertos e terras congeladas) é utilizada para a agricultura; e 80% dessas áreas agrícolas são dedicadas à pecuária.
O uso de terra na pecuária é tão grande porque é preciso cerca de 100 vezes mais área para produzir uma quilocaloria de carne bovina ou de cordeiro em comparação com alternativas de origem vegetal. O mesmo acontece com a proteína – é necessário quase 100 vezes mais terra para produzir 1g de proteína de carne bovina ou cordeiro do que de ervilhas ou tofu.
Análises indicam que a mudança nos padrões alimentares, com a redução do consumo de produtos de origem animal e o incentivo a dietas baseadas em plantas, é essencial para reformular os sistemas alimentares. Afinal, essa mudança tem o potencial de aliviar a pressão do setor alimentício sobre a terra e os recursos naturais, reduzindo significativamente o impacto negativo na biodiversidade.
Para se ter uma ideia, estima-se que, se o mundo todo adotasse uma dieta baseada em plantas, o uso global de terras agrícolas poderia ser reduzido em 75%, principalmente pela redução de áreas para pastagem e cultivo de ração animal.
A produção animal também contribui diretamente para as mudanças climáticas.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a criação de animais em fazendas é responsável por 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa de origem antropogênica. Além disso, pelo menos metade de todas as emissões de gases de efeito estufa relacionadas à alimentação tem origem na agropecuária.
Nesse sentido, novamente, seguir os princípios do veganismo na alimentação pode ajudar a diminuir os danos ambientais.
Estudos sugerem que a pegada de carbono pessoal relacionada à alimentação poderia ser reduzida pela metade com a adoção de uma dieta à base de plantas, enquanto a adoção mundial de uma dieta vegana poderia reduzir as emissões de GEE relacionadas à alimentação em até 70% até 2050.
Até mesmo uma redução parcial no consumo de carne já pode fazer diferença. Se as pessoas diminuíssem o consumo de carne e adotassem uma dieta baseada em plantas em ⅔ de suas refeições, isso reduziria as emissões de GEE relacionadas aos alimentos em quase 60%.
Leia também: Agricultura regenerativa: cultivando o futuro em um planeta à beira do(s) limite(s)
O setor privado desempenha um papel crucial na transição para uma dieta baseada em plantas, incentivando mudanças nos hábitos de consumo e apoiando o desenvolvimento de alternativas alimentares sustentáveis.
Os cinco negócios que apresentamos a seguir estão impulsionando essa transformação ao possibilitar escolhas alimentares mais sustentáveis e atender às expectativas crescentes de consumidores preocupados com a saúde e o meio ambiente.
Conhecida como a primeira cadeia de supermercados veganos da Europa, a missão da Veganz é promover um estilo de vida baseado em plantas, encorajando práticas alimentares que respeitem o meio ambiente e os seres vivos.
Em parceria com o Instituto Eaternity, a Veganz desenvolveu um sistema de pontuação de sustentabilidade, visível nas embalagens dos produtos, que fornece um balanço ecológico para cada item, baseado em fatores como pegada de carbono e consumo de água.
Saiba mais: hveganz.com
A NotCo é uma empresa de tecnologia alimentar que desenvolve produtos como leite, hambúrguer, carne moída, sorvete e maionese à base de plantas. A ideia é replicar o sabor, a textura e a funcionalidade dos alimentos de origem animal e reinventar a indústria alimentícia, reduzindo o impacto ambiental e promovendo a alimentação saudável sem a necessidade de ingredientes de origem animal.
Para criar as combinações de ingredientes vegetais, a empresa utiliza um sistema de inteligência artificial (IA) chamado Giuseppe. A plataforma analisa mais de 300 mil variedades de plantas considerando sabor, textura, aroma e valor nutricional, oferecendo alternativas que proporcionam uma experiência similar aos alimentos tradicionais, mas com menor impacto ambiental.
Saiba mais: notco.com
O restaurante Teva nasceu com o propósito de tornar a dieta à base de plantas mais atraente, para apresentá-la como um caminho para um mundo mais sustentável.
O Teva desenvolve seus pratos utilizando ingredientes 100% vegetais, orgânicos e frescos, produzidos localmente por pequenos agricultores. Além disso, o Teva, que é o primeiro restaurante brasileiro a se certificar como Empresa B, também se destaca por atuar em diversas frentes sustentáveis, como gestão de resíduos, compostagem e a eliminação de plásticos descartáveis – além de promover comércio justo e transparência na cadeia de suprimentos.
Saiba mais: tevavegetal.com.br
Grubby é um serviço de assinatura que entrega kits de receitas veganas. Seu principal objetivo é mudar a percepção sobre refeições à base de plantas. Cada receita contém pelo menos seis vegetais frescos, garantindo que os clientes alcancem suas necessidades nutricionais diárias sem precisar consumir produtos de origem animal.
A empresa faz parceria com fazendas familiares no Reino Unido, priorizando produtos sazonais e orgânicos. E ainda, para cada caixa de refeição vendida, a Grubby doa uma refeição a uma criança vulnerável por meio da 1morechild.org. Até o momento, mais de 200 mil refeições foram doadas para crianças em Uganda.
Saiba mais: grubby.co.uk
Snacks também fazem parte do dia a dia alimentar das pessoas. Porém, as opções tradicionais muitas vezes são carregadas de ingredientes pouco saudáveis. A Dyfferent nasceu para mudar esse panorama, por meio de produtos veganos, que utilizam apenas ingredientes naturais e ainda assim têm cara (e sabor) “de snack”. Para apoiar a criação dos produtos, a empresa conta com um software que acelera o desenvolvimento de receitas e a introdução de novos produtos no mercado, tornando o processo até oito vezes mais rápido.
Um dos compromissos da Dyfferent é doar 2% do valor de suas vendas anuais a ONGs peruanas.
Saiba mais: dyfferent.co
Leia também: 5 foodtechs de impacto que estão revolucionando o setor de alimentos
Essas cinco histórias farão parte do Estudo B #7, que vai reunir mais de 100 empresas que estão ajudando a tornar o mercado de alimentos e bebidas justo e regenerativo.
O novo relatório da série Estudos B será um guia sobre inovação, tendências e histórias de impacto no setor de alimentos e bebidas na América Latina (de onde viemos – e para onde sempre olhamos) e Europa (onde parte da nossa equipe está baseada).
Com o objetivo de atrair mais marcas para participar dessa iniciativa, criamos um plano de patrocínio para o Estudo B #7.
Se você quer trazer sua marca para este estudo que conectará o Sul e o Norte Global por meio de histórias de impacto no setor de alimentos e bebidas, envie uma mensagem ou entre em contato com João Guilherme Brotto, cofundador d’A Economia, pelo LinkedIn.
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