Mais de 100 países defendem limite à produção de plástico, mas exigência de consenso impede avanço do tratado
Depois das frustrações com a meta de financiamento climático acordada na COP29, a agenda ambiental sofreu mais um revés.
As negociações para um tratado global de combate à poluição por plásticos terminaram sem acordo em Busan, Coreia do Sul, onde delegados de 175 países se reuniram no que foi definido como um “momento da verdade” por Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O impasse reflete uma profunda divisão entre as nações participantes. Enquanto uma coalizão de mais de 100 países defende medidas mais ambiciosas para limitar a produção de plástico, estados produtores de combustíveis fósseis – como Arábia Saudita, Irã e Rússia – resistiram fortemente, aceitando apenas medidas contra resíduos plásticos e argumentando que os plásticos são essenciais para o crescimento econômico sustentável.
As negociações, que fazem parte de um processo iniciado em 2022, buscavam estabelecer medidas vinculantes para regular a produção, o consumo e o descarte de plásticos em escala global. No entanto, questões cruciais – como metas de redução de produção, gestão de químicos nocivos e financiamento para países em desenvolvimento – dividiram os participantes, levando ao adiamento das decisões para uma nova rodada de negociações, ainda sem data definida.
O processo exige unanimidade: todas as nações precisam concordar com cada proposta – um ponto de discórdia que levou alguns países a defenderem a possibilidade de votações quando não houver consenso.
O fracasso das negociações ocorre em um momento crítico, com a produção global de plástico projetada para triplicar até 2050 e microplásticos já presentes no ar, alimentos e até no leite materno humano. Especialistas e delegados alertam que o atraso nas decisões agrava a crise ambiental.
Diante desse cenário, organizações ambientais pressionaram o PNUMA a permitir que as nações mais ambiciosas criassem uma “coalizão dos dispostos” e concordassem com um tratado forte, mesmo que não completamente global. México, França, União Europeia e várias nações africanas e insulares já manifestaram apoio a essa abordagem.
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