Foto: Nicole Wilcox/Unsplash
Entenda como as empresas podem contribuir para o avanço dos ODS e saiba como alinhar operações e estratégias à Agenda 2030
Acabar com a pobreza e a fome, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade até 2030. Esse é o propósito dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) contemplados na Agenda 2030, lançada pela ONU em 2015.
O último relatório da Organização das Nações Unidas que monitora o progresso dos ODS revela um cenário preocupante: entre todas as metas da Agenda 2030, apenas duas caminham para serem alcançadas em 2030 – e oito estão retrocedendo.
De maneira geral, o progresso dos ODS permanece estagnado há três anos. Segundo a análise da ONU, quanto mais lenta é a evolução dos ODS, mais difícil e cara essa agenda se torna.
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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica que, nos países em desenvolvimento, o setor privado gera 60% do PIB, 90% dos empregos e 80% do fluxo de capital.
Além disso, as empresas são responsáveis pelos principais centros de inovação que podem mudar os mercados e desbloquear novos fluxos financeiros necessários para cumprir os ODS da Agenda 2030 e suas 169 metas subjacentes.
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Mas existem alguns entraves para ampliar a adesão da Agenda 2030 por parte das empresas. Dentre eles, é possível destacar três:
Pra se ter uma ideia, de acordo com um levantamento da Rede Conhecimento Social, apenas 49% dos brasileiros sabem o que é ODS – 39% já ouviram falar, mas não têm conhecimento.
Esse foi o mesmo cenário identificado em uma pesquisa feita no Reino Unido. O estudo realizado pela plataforma de conteúdo britânica Edie mostrou que menos de 20% das pequenas empresas estão cientes dos ODS, indicando uma lacuna significativa no conhecimento e na ação.
21% dos participantes do estudo britânico citado anteriormente apontaram a desconexão entre os ODS e o propósito da empresa como principal obstáculo.
Nessa mesma linha, uma análise do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) mostra que, na maioria dos casos, a agenda dos ODS é gerenciada principalmente pelo departamento de sustentabilidade, ou por ramificações na diretoria executiva. Esse isolamento na forma de tratar essa agenda dificulta a integração dos ODS em outras funções estratégicas importantes, incluindo finanças.
Por fim, outra dificuldade encontrada pelos empresários ao adotar a Agenda 2030 é a falta de diretrizes claras em relação a como integrar os ODS nas estratégias.
O WBCSD destaca que as organizações se sentiriam mais inclinadas a atuar nessa agenda se houvesse orientações regulamentares mais claras sobre a forma de o fazer.
No estudo da Edie, por exemplo, 19% das pequenas empresas disseram que a falta de padronização em relação aos indicadores de performance dos ODS é um obstáculo significativo.
Segundo a Comissão de Negócios e Desenvolvimento Sustentável, atingir os ODS pode gerar aproximadamente 12 trilhões de dólares em oportunidades de mercado.
Essa estimativa considera quatro áreas principais da economia: alimentação e agricultura; urbanismo; energia e materiais; e saúde e bem-estar. Juntas, essas áreas representam em torno de 60% da economia global e são cruciais para o sucesso dos ODS.
Além disso, o impacto econômico total da implementação dos ODS pode ser ainda maior, possivelmente o dobro ou o triplo, se considerarmos os benefícios em toda a economia e um aumento significativo na produtividade do trabalho e dos recursos.
A ONU aponta como algumas das principais vantagens da Agenda 2030 para os negócios:
Além disso, na pesquisa realizada no Reino Unido, as pequenas empresas indicaram como os benefícios mais relevantes para a adoção dos ODS:
O relatório SDG Business Blueprint 2023 oferece um passo a passo para as empresas adotarem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em suas operações e estratégias. Ele é composto das seguintes etapas:
O primeiro passo envolve mapear os principais temas na estratégia de sustentabilidade existente da empresa. Este mapeamento deve ser alinhado com os ODS relevantes para o setor de operação da empresa.
Uma vez identificados os ODS relevantes, as empresas precisam integrá-los em suas estratégias, operações e até indicadores-chave de desempenho (KPIs) para impulsionar o progresso. Isso inclui estar ciente dos conjuntos de dados necessários e utilizar frameworks de relatórios como TCFD e GRI para demonstrar progresso nos ODS.
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Após definir e internalizar os alvos, as empresas devem buscar maneiras de criar momentum e explorar o progresso. Isso pode incluir testes para implementar sistemas de energia renovável ou outras iniciativas sustentáveis alinhadas a ODS específicos.
Este passo envolve a colaboração para desenvolver princípios, frameworks e recomendações para a integração adequada dos ODS nos planos financeiros corporativos. Além disso, diante de mudanças rápidas e desafios globais, é essencial revisar regularmente os planos de ação relacionados aos ODS.
Nesse sentido, é importante adaptar-se a novas tendências e considerar a inclusão de metas adicionais relacionadas aos ODS nas estratégias futuras.
Quer saber mais sobre o progresso de cada ODS, conhecer estratégias e práticas que as empresas podem adotar para contribuir para o avanço da Agenda 2030 e se inspirar com negócios que já estão atuando nesse sentido?
Leia os artigos da nossa série sobre o progresso da Agenda 2030:
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