Em novo relatório, Fórum Econômico Mundial alerta que empresas que não se adaptarem às mudanças climáticas podem perder até 7% dos lucros anuais até 2035
Por muito tempo, executivos de grandes empresas argumentaram que não implementavam pautas sustentáveis em seus negócios por questões financeiras. Imperava a visão de que cuidar do planeta “não dá lucro”. Contudo, como se a preocupação com o futuro não fosse o suficiente, está cada vez mais claro que esse pensamento não é apenas egoísta, mas também equivocado.
O relatório “O Custo da inação: um guia para CEOs navegarem os riscos climáticos”, desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), alerta que os riscos climáticos estão impactando diretamente os negócios, com consequências financeiras devastadoras para aqueles que ignoram a questão.
Casos recentes ilustram a gravidade do problema:
Esses eventos são um alerta para empresas que ainda subestimam os impactos financeiros das mudanças climáticas.
Segundo o levantamento, desde 2000, desastres climáticos causaram danos de US$ 3,6 trilhões, e até 2050, os riscos físicos podem comprometer até 25% do EBITDA em setores vulneráveis. Os setores mais expostos são telecomunicações, serviços públicos (utilities) e energia. Além disso, os riscos de transição, como a precificação de carbono e novas regulamentações, podem afetar até 50% do EBITDA em indústrias intensivas em energia até 2030.
Embora esses números representem o impacto global, a distribuição dos riscos varia significativamente por região.
Por exemplo, em um cenário de aumento de 3°C na temperatura média global, regiões polares enfrentarão aumentos mais extremos de temperatura, enquanto a precipitação anual poderá variar drasticamente, com algumas áreas enfrentando inundações e outras, secas severas.
Além disso, a probabilidade de secas prolongadas (mais de 1 ano) aumentará significativamente em regiões como América do Sul e África, e a frequência de tempestades históricas poderá mais que quadruplicar, especialmente no Hemisfério Norte.
Nesse contexto, o estudo destaca que empresas que investem em adaptação climática podem gerar retornos de até US$ 19 por cada dólar investido, enquanto o mercado verde está projetado para crescer de US$ 5 trilhões em 2024 para US$ 14 trilhões até 2030.
Esse mercado é dominado por energia alternativa (49%), transporte sustentável (16%) e produtos de consumo sustentáveis (13%).
A partir dessa análise, o relatório indica que os CEOs precisam incorporar o risco climático em sua estratégia corporativa, “pois deixar de agir prejudicará severamente a resiliência empresarial, a competitividade e a capacidade de capitalizar sobre a crescente demanda por soluções sustentáveis e resilientes”.
Para isso, o documento recomenda uma abordagem baseada em quatro passos:
E três elementos habilitadores:
Em cada um desses passos e elementos, o relatório apresenta estudos de caso que mostram como a ação climática estratégica pode contribuir para a resiliência e o crescimento sustentável dos negócios.
Por fim, o estudo ressalta que a falta de ação pode resultar em perdas significativas para as empresas, reduzindo os lucros anuais em até 7% até 2035. Para empresas listadas em bolsa, o impacto pode ser ainda mais severo: as perdas causadas pelo clima podem levar a uma queda nos lucros anuais entre 8,1% e 10,1% até 2045.
→ O relatório “O custo da inação: um guia para CEOs navegarem os riscos climáticos” está disponível na íntegra, em inglês, aqui.
Leia também:
Projeto Gaia: inteligência artificial na análise de riscos financeiros relacionados ao clima
O Farol da Economia Regenerativa é uma solução de curadoria de conteúdo sobre ESG, sustentabilidade, impacto e regeneração. Funciona como um programa de aprendizado contínuo e é planejado sob medida para sua equipe e organização.
O Farol oferece palestras, treinamentos, notícias, tendências, insights, coberturas internacionais e uma curadoria exclusiva para a sua organização e seu time navegarem pelos temas mais urgentes da nossa era. Conheça o Farol e entre em contato para agendarmos uma conversa.
Relatório mapeia regulamentações de greenwashing em 25 países e alerta para riscos de comunicação ambiental…
De programas para mulheres em áreas técnicas a produtos financeiros inclusivos, relatório do Fórum Econômico…
Global Risks Report aponta que desinformação lidera riscos imediatos, enquanto eventos climáticos extremos são a…
Medida busca alinhar o setor privado australiano aos esforços globais de descarbonização até 2050 Em…
Relatório alerta que temperatura média acima do limite estabelecido no Acordo de Paris intensifica eventos…
Guia reúne insights das coberturas de eventos que A Economia B realizou em 2024 e…
Este site utiliza cookies.
Deixe um comentário