A história de vida de Etienne Du Jardin, fundadora da Somos B, é a prova de que meritocracia é balela. Etienne compartilha sua trajetória e fala sobre diversidade do mercado de trabalho, absurdos do mundo corporativo, empreendedorismo social, a falsa ideia de que o sucesso depende da meritocracia e muito mais
Apesar do nome que, como ela mesma diz, parece ser da “aristocracia pelotense”, Etienne nasceu e cresceu na periferia de Pelotas (RS), e desde pequena ouviu sobre o que não conseguiria fazer na vida… “As pessoas enxergavam a filha de uma faxineira e de um porteiro e achavam que o máximo de evolução que eu conseguiria era, de repente, ser vendedora em uma loja”, conta.
No entanto, mesmo inserida em um contexto social perverso, Etienne conseguiu encontrar seu espaço em um mercado tradicionalmente elitista e crescer na carreira. Antes de fundar a Somos B (em 2016), ela ocupou posições de destaque em grandes agências de publicidade em São Paulo e teve a sua agência.
Porém, sua própria ascensão profissional não foi suficiente para deixá-la satisfeita. Afinal, não demorou muito para perceber que quase não existiam pessoas negras e periféricas nesses lugares. E isso a incomodou demais.
Sempre muito questionadora, quando alcançou posições de gestão, já com vinte e tantos anos, Etienne passou a buscar respostas para esse problema.
“Quando questionava por que isso acontecia, ouvia coisas como: ‘a gente não consegue contratar pessoas da periferia’. Aí, em 2016, eu falei: ‘não conseguem contratar, é? Pois agora vão conseguir. Se eu saí da periferia e alguém estendeu a mão para me ajudar, deve ter um monte de gente esperando por isso também’”, revela.
E foi assim que nasceu a semente da Somos B, negócio de impacto que hoje trabalha em quatro comunidades de São Paulo capacitando jovens nas temáticas de tecnologia, inovação e design em parceria com empresas interessadas em ter um quadro de funcionários mais diverso e inclusivo. Além disso, a Somos B também realiza consultoria de impacto para ajudar as organizações a entenderem seu papel social e, de quebra, darem um passo importante para serem mais inovadoras.
Em entrevista exclusiva, Etienne compartilha sua trajetória e fala sobre diversidade do mercado de trabalho, absurdos do mundo corporativo, empreendedorismo social, a falsa ideia de que o sucesso depende da meritocracia e muito mais. Acompanhe!
Etienne du Jardin: Minha mãe sempre me apoiou muito dizendo que eu poderia ser quem eu quisesse, que sonhar pequenininho ou sonhar grande dava o mesmo trabalho, e eu só tinha que estudar. E foi estudando, trabalhando e tendo essa vontade de querer fazer alguma coisa diferente que eu comecei a me envolver com um monte de coisas que eram meio apartadas da minha realidade na periferia. Mas eu fui cavando isso através de cursos, até ter uma oportunidade de trabalho em uma outra cidade e a minha vida começar a se transformar.
Então, eu falo que a minha vida se transformou por causa da minha busca por conhecimento, minha dedicação aos estudos e pelas oportunidades que recebi. E isso, ao contrário do que muitos pensam, não tem a ver com meritocracia…
Etienne: As empresas diziam que abriam vagas e simplesmente não recebiam currículos de pessoas negras, LGBTQIA+, periféricas etc. Porém, eu nunca concordei com isso! Eu achava que elas não estavam procurando direito. Eu tinha certeza de que era possível achar qualquer perfil para qualquer vaga.
Então, comecei a perceber que as pessoas da periferia tinham uma dificuldade muito grande em chegar até o anúncio dessas vagas – ou por não estarem dentro do círculo delas, ou por realmente não terem a oportunidade de se capacitar para trabalhar nesses lugares.
Ná época, eu trabalhava em uma empresa e a gente tinha uma dificuldade muito grande de contratar mão de obra para tecnologia.
“Toda vez que a gente fechava um projeto era uma alegria e uma tristeza, porque a gente sabia que teria que contratar um monte de gente e não iria conseguir econtrar as pessoas certas.”
Inclusive, eu recebi um estudo da CISCO que dizia que, até o final de 2019, 180 mil vagas na área de TI não seriam preenchidas por falta de capacitação. Só no Brasil!
Na época, eu estava conversando com o dono da empresa em que eu trabalhava, e ele falou: “quem sabe a gente faz um projeto com as universidades, uma espécie de primeiro emprego, aprendiz, estágio”. Eu lembro que ele apresentou a ideia superfeliz, e eu falei: “que ideia merda” (risos). Porque quem já está na faculdade já tem oportunidade. Você não precisa trabalhar essas pessoas, elas já estão à frente de milhares de outras.
Então ele me falou para trazer uma ideia que eu achasse bacana, que ele iria pensar.
Foi aí que eu comecei a estudar sobre os “nem-nem”, jovens de 18 a 28 anos que não estudam e nem trabalham. Isso porque terminaram o ensino médio e não conseguiram entrar na faculdade – porque não têm dinheiro, não têm preparo educacional para isso – ou porque não conseguem emprego por não terem uma formação ou capacitação técnica relevante.
Etienne: Depois disso, eu montei um projeto e falei: “vamos fazer um piloto (teste). Vamos capacitar quem está na periferia”.
Os donos aceitaram a ideia e acordamos em fazer o projeto e, depois, contratar os participantes.
Foi quando eu comecei a entrar em contato com algumas comunidades. Fechamos uma parceria com a comunidade de Paraisópolis (SP) e fizemos alguns pilotos tendo as aulas dentro da produtora de tecnologia em que eu trabalhava. Depois, abrimos outras turmas na própria comunidade, para ver se funcionava.
O objetivo era capacitar esses jovens e depois contratá-los. Ponto final.
Só que eu acabei me apaixonando pelo modelo!
“Porque quando a gente vai para dentro de uma comunidade e oferece uma capacitação gratuita para pessoas de 18 a 25 anos e vê as vidas dessas pessoas se transformar através do acesso ao conhecimento, à educação, e nota o quanto elas começam a sonhar (algo que elas não faziam até então), meio que muda uma chavinha na forma como você vê o mundo. A gente começa a entender que há um mito sobre uma falsa meritocracia que leva as pessoas ao sucesso.”
Aí eu comecei a pesquisar, fiz um curso sobre negócios de impacto e percebi que essa ideia podia se transformar em um negócio, um setor inteiro.
Foi então que eu conversei com o pessoal da produtora e sugeri que a gente mudasse o foco. Apresentei a ideia de tornarmos a transformação social através da capacitação o grande objetivo do projeto.
Como a gente fazia a capacitação para a nossa contratação, o nosso impacto seria muito pequeno – jamais conseguiríamos contratar os seis milhões de jovens “nem-nem” que existem no Brasil, por exemplo. Então, comecei a estudar, a entender, a abrir outras comunidades e compreender as necessidades desses jovens, e aí começou a nascer a Somos B.
Quando eu falava desse primeiro projeto para os nossos clientes (empresas gigantes, como Visa, McDonald’s, Procter & Gamble, etc.), eles falavam: “nossa, que legal, vocês vão virar uma ONG?”. E eu respondia que não, que iríamos preparar as pessoas para que as empresas conseguissem contratar periféricos. Na época, 90% dos nossos alunos eram negros e negras e a gente também acabava trabalhando com um recorte de LGBTQIA+ ou PCDs (Pessoa com Deficiência).
De lá para cá, a Somos B foi evoluindo justamente para isso.
Transformamos o projeto em um negócio de impacto que capacita jovens de periferia em tecnologia, design e inovação para qualquer setor. Através da Somos B, qualquer empresa pode trabalhar transformação social para melhorar os seus índices de diversidade e inclusão. Ao mesmo tempo que dá oportunidade de mudança de vida, de carreira, para essas pessoas.
Etienne: Tem uma coisa, que eu não sei se você passou, mas que eu passei muito, que é a coisa da falta de modelos.
Quando você está em uma periferia, em uma família humilde, os seus modelos estão ali. O que você vê fora disso é TV, novela, filme. Porém, é muito importante ter perto de você pessoas que saíram de situações parecidas com a sua e que conseguiram ultrapassar determinadas barreiras, porque daí você consegue se enxergar naquilo.
Eu acredito muito que o setor privado tem total responsabilidade na diminuição das desigualdades. A gente precisa parar de ficar jogando essa responsabilidade para o governo. Através dessas políticas afirmativas, é possível incluir essas pessoas e dar oportunidade a elas.
Eu converso muito com alguns clientes, e eu falo para eles: “diversidade é um bom negócio. Enquanto a gente tiver um poder de compra reduzido, o seu produto vai vender menos. Então, me ajuda aqui a fazer essas pessoas evoluírem, melhorarem de vida, terem um poder de compra maior, que o seu negócio também irá prosperar, porque você terá mais pessoas para vender”.
Eu tento usar esse artifício, esse discurso, porque é isso.
“Enquanto não trabalharmos especificamente para reduzir as desigualdades sociais, não adianta a gente achar que os problemas do Brasil vão se resolver – seja quais forem. Precisamos pensar de uma forma muito mais ampla para conseguir melhorar tudo o que a gente precisa no país.”
Etienne: É uma coisa muito bizarra. A gente, como sociedade, tem uma dificuldade muito grande de reconhecer privilégios. O fato de você reconhecer privilégios não quer dizer que você é um monstro, que você é horrível. Não. Significa só que você é capaz de reconhecer privilégios, e se você reconhece privilégios, é capaz de atuar e trabalhar para melhorar a vida das pessoas.
Nós dois, por exemplo, temos o privilégio da cor. Somos brancos e não vamos passar por um monte de coisa que as pessoas negras passam. Mesmo pessoas brancas na periferia acabam tendo uma vida melhor que as pessoas negras em mesma situação, por exemplo.
E uma coisa que me incomoda muito é que há no Brasil uma romantização da desigualdade. Quando as pessoas falam: “nossa, aquela pessoa saiu de lá de baixo, passou por tantas dificuldades, fez medicina, e olhe onde ela está. Quem quer faz!”, eu odeio isso. Isso me tira do sério. Porque isso é uma grande romantização da desigualdade.
A maioria das aulas do Somos B acontece na comunidade mesmo. Nós entendemos que quando damos as aulas e montamos uma estrutura dentro do ambiente deles – onde eles não precisam sair, não precisam ter uma roupa que não seja rasgada para poder estudar –, a desistência diminui. A gente os leva para passeios, para conhecer empresas, mas está perto deles, para que eles possam se organizar melhor para aquelas aulas.
É impressionante a quantidade de vezes que recebi ligações de alunos para avisar que não podiam ir para a aula e, quando perguntei “por quê?”, ouvi coisas como, por exemplo: “Porque meu pai está bêbado e eu estou no banheiro e não consigo sair”. Ou, então, “porque minha mãe teve que trabalhar, a patroa dela chamou e eu tenho que ficar com meus três irmãos pequenos”.
Ou seja, essa pessoa não desiste porque não tem força de vontade. Ela desiste porque tem muitos problemas que as pessoas não imaginam. É isso que você falou: o cérebro dela está ocupado em como sobreviver, em o que ela vai ter para comer. É muito revoltante.
Eu brinco que tenho dois espíritos: o namastê, que eu falo, converso, conto umas piadas; e o “namastreta”, em que eu digo: “gente, pelo amor de Deus, vamos botar a mão na consciência e reconhecer o privilégio que nós temos. Meritocracia é balela”.
Eu sempre tive isso muito claro para mim. Porque eu sou branca, mesmo sendo de uma família que viveu uma situação muito difícil. Além disso, eu tenho um nome que me protegeu de tudo: Etienne Du Jardin. Olhe que nome besta, quem é que diz que nasceu em periferia, filha de faxineira e porteiro? Ninguém. Quando as pessoas liam Etienne Du Jardin elas imaginavam que eu era da aristocracia pelotense, e eu deixava pensar.
Afinal, quando a gente mostra o portfólio e os trabalhos dos nossos alunos, volta e meia ouvimos: “nossa, ele fez esse trabalho com três meses de aula?”. Aí eu falo: “para você ver. Dá oportunidade para esse cara, deixa ele trabalhar um ano aí. Você só vai querer contratar pessoa de periferia”.
Precisamos quebrar esse paradigma de que as pessoas pobres não têm criatividade. Poxa, mais criatividade que um pobre tem para poder sobreviver?
Há muito preconceito envolvido que faz com que as pessoas tirem conclusões apressadas. Quando, na verdade, todo mundo – a pessoa que nasce nos Jardins, bairro rico de São Paulo, a pessoa que nasce na Brasilândia, periferia de São Paulo – tem, muitas vezes, a mesma capacidade intelectual. O que acontece é isso: algumas pessoas estão preocupadas em sobreviver e outras com qual roupa vão usar para passear.
Então, você não pode comparar essas pessoas e falar que são iguais e têm as mesmas oportunidades. Não. Elas são iguais do ponto de partida de capacidade, mas há um monte de coisas que vão deixando um para trás e o outro lá para frente. Mais uma vez, repito: meritocracia não existe.
Etienne: Eu acho que o mercado de impacto é o que mais vai crescer nos próximos anos. Todo mundo sabe que o capitalismo, do jeito que está ancorado hoje, do jeito que as coisas acontecem, não vai conseguir durar muito tempo. A conta não fecha.
Uma das coisas que essa pandemia trouxe é para que a gente veja o quanto tudo está tão conectado, quanto a natureza está conectada ao meio ambiente, que está conectado com a gente, é tudo uma coisa só.
Existem conceitos mais antigos que dizem que um negócio de impacto, uma empresa B, nasce assim. Porém, eu sempre questionei essa visão.
“Existem centenas de milhares de empresas no mundo, e essas empresas não vão fechar para abrir de novo. A gente precisa entender que o negócio de impacto é um conceito incrível, mas ele é um direcionamento. Portanto, qualquer empresa que já exista pode se tornar um negócio de impacto e de empreendedorismo social, desde que faça mudanças realmente grandiosas dentro do negócio.”
Eu comecei em 2016, então vou para quatro anos trabalhando com isso. Hoje, muito mais pessoas entendem o que eu faço e o trabalho da Somos B, do que há quatro anos. Antes a gente tinha que explicar a cadeia inteira. Hoje, as pessoas já têm essa noção.
Além disso, precisamos quebrar alguns paradigmas – de filantropia versus voluntariado, por exemplo – para as pessoas entenderem que isso pode virar um negócio. Porém, eu acho que esse é um dos mercados que mais podem crescer no Brasil, como em um país que está em desenvolvimento, como no mundo todo.
A gente precisa ter uma preocupação não só com o imediato, precisa ter uma preocupação com o todo. Enquanto ficarmos pensando na meritocracia, na história de superação do indivíduo e não pensarmos na história de superação do grupo, vai ser muito difícil obtermos sucesso. Aliás, importante dizer que não é sucesso eu poder comprar um carrão, chegar no semáforo e ter que fechar o vidro porque estou com medo do cara que está pedindo esmola. Isso não é sucesso para ninguém!
Temos uma oportunidade muito grande, principalmente por causa da geração que está vindo – a geração Z – que está questionando essas coisas, o papel das marcas nessas desigualdade toda, o papel das empresas nos impactos ambientais. Essa geração Z, que tem 20 e poucos anos agora (2020), é a geração do futuro que vai ter poder de compra. Então, se a gente não organizar as coisas para essa geração, a gente não vai vender para eles. E as empresas estão se dando conta disso.
Etienne: Não existe inovação sem diversidade. E a inovação é o principal ponto que todas as empresas buscam para sobreviver nesse mercado que está tão volátil e incerto. Afinal, uma empresa precisa ser inovadora para se manter no mercado e ter lucratividade. Ou seja, não pensar em diversidade é pensar em suicídio empresarial.
Quando falamos em diversidade, não falamos apenas em diversidade de gênero e de orientação sexual, mas também de pessoas, histórias e vivências. Quando o empresário consegue trazer vários tipos de pessoas e de mundos para dentro do seu negócio, ele consegue entender melhor essas nuances e, assim, consegue vender melhor para diferentes mercados.
Afinal, não dá para querer que um determinado grupo específico de pessoas fale por todos os grupos. Isso não vai dar certo. Existem determinadas coisas que a gente não aprende e não consegue criar vivência só lendo o que os outros falam. Portanto, para inovar e se destacar, é importante trazer pessoas que tenham essa vivências diferentes para dentro da empresa.
Eu acho que o maior case em relação a isso é a própria Natura, que comprou Avon e a The Body Shop justamente por isso. Porque eles estão tão abertos a todos esses mercados, a todos esses tipos de pessoas que eles conseguem inovar, entendendo o que essas pessoas precisam.
“Em um país como o Brasil, em cuja base da pirâmide mais de 55% são declarados como negros e pardos, onde a gente tem mais de 60% de pessoas que são da classe C e D, se a gente não ouvir essas pessoas, a gente não vai vender para elas. E também tem dinheiro com essas pessoas!”
Então eu acho que é isso. Abraçar a diversidade é abraçar uma oportunidade de inovação, e inovação legítima. É uma forma de conseguir conversar com esses públicos e, assim, poder atendê-los no futuro.
Além disso, as pessoas precisam entender que existem novas formas de fazer negócio. Eu sempre gosto de contar uma historinha que ouvi em uma palestra e acho sensacional…
Até determinado ano, nas Olimpíadas, todos os atletas da modalidade salto com vara pulavam de barriga para baixo. Até que um competidor pulou de costas e quebrou o recorde em mais de 10 cm! A partir daí, todos passaram a adotar essa técnica.
É a mesma coisa com o negócio de impacto!
A maioria das empresas hoje está derrubando a barra com a barriga. E não é porque todo mundo faz assim, que a gente não consegue obter sucesso, quebrar recordes, fazer de uma forma muito melhor, só fazendo uma mudança simples. Porque não estamos falando de uma coisa gigantesca. Estamos falando de uma coisa muito simples que é olhar para o todo. Ampliar a visão, isso é o mais importante.
Gostou de conhecer a história da Etienne, da Somos B e de aprender mais sobre negócios de impacto? Deixe um comentário com sua opinião. Por fim, deixo o convite para que leia outras entrevistas que já publicamos por aqui:
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