Greenwashing preocupa 85% dos investidores e exigências por transparência em relatórios ESG crescem globalmente
Uma pesquisa realizada com 350 tomadores de decisão mostrou que um terço dos investidores globais está insatisfeito com os relatórios de sustentabilidade corporativa. Entre os principais pontos de reclamação estão lacunas na transparência e na confiabilidade das divulgações.
A décima primeira da EY Institutional Investor Survey apontou que 64% dos investidores pedem auditorias independentes e 80% defendem maior comparabilidade nos relatórios.
Além disso, apenas 25% dos investidores entrevistados pela EY disseram que se sentem preparados para avaliar os impactos de longo prazo das políticas ESG, enquanto 57% permanecem focados nos resultados de curto prazo.
Ainda dentro dos destaques iniciais, a maioria dos participantes da pesquisa (66%) acredita que fatores ESG terão menor relevância em suas decisões futuras, reflexo do avanço de legislações anti-ESG em algumas regiões, como nos EUA.
Por fim, outro índice que cresceu foi a desconfiança, com 85% apontando o greenwashing como uma preocupação significativa.
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Principais lacunas nos relatórios de sustentabilidade
De acordo com a pesquisa, as principais dimensões dos relatórios de sustentabilidade que precisam de melhoria são:
- Materialidade: O desafio está no excesso de informações incluídas pelas empresas, dificultando para os investidores identificarem o que é realmente material para o negócio.
- Comparabilidade: Como as empresas frequentemente medem diferentes aspectos, usando métricas distintas e períodos variados, pode ser complicado fazer uma análise consistente.
Pontos de atenção
Segundo a pesquisa, 92% dos investidores admitem relutância em sacrificar o desempenho financeiro de curto prazo pelos potenciais benefícios de longo prazo dos investimentos ESG.
Além disso, a análise também demonstra uma preocupação limitada com as mudanças climáticas: embora 93% dos entrevistados acreditem que as empresas atingirão suas metas de descarbonização, apenas 17% monitoram ativamente mudanças nas políticas climáticas corporativas, e somente 55% consideram que as mudanças climáticas influenciarão suas estratégias de investimento.
Para Matthew Bell, líder global de sustentabilidade da EY, a falta de ação efetiva por parte dos investidores compromete o financiamento necessário para atingir metas climáticas.
Bell destacou que a priorização da sustentabilidade como fonte de valor pode impulsionar projetos essenciais para a descarbonização e o enfrentamento das mudanças climáticas, mas isso exige maior comprometimento e ação concreta por parte da comunidade de investidores.
“A comunidade global de investidores deveria estar na linha de frente da sustentabilidade, mas o que estamos testemunhando são níveis preocupantes de apatia. Se o mundo quiser ter alguma chance de alcançar as metas de emissões líquidas zero, precisaremos de trilhões de dólares em financiamento, e isso depende de uma comunidade de investidores que leve a sustentabilidade a sério, trate-a como uma fonte de valor e não apenas como um risco, e transforme palavras em ações”, disse, em nota.
A EY Institutional Investor Survey está disponível na íntegra, em inglês, aqui.
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