Conheça 9 ideias de inovação no varejo que surgiram durante a pandemia da COVID-19 que mostram que é possível fazer diferente e inspire-se para agir!
Longe de mim querer ser aquele que fala que a pandemia da COVID-19 é uma oportunidade para isso ou aquilo ou romantizar a crise, mas o fato é que da noite para o dia o mundo mudou e modelos de negócios até então consolidados ruíram.
Nesse sentido, muitas empresas tiveram que rever tudo. De processos, estrutura e equipe até produtos e serviços, canais, preços e métodos de venda. A situação catastrófica no varejo, um dos setores mais afetados globalmente, obrigou as empresas a serem criativas e, também, a colocarem seus propósitos à prova.
Sendo um pouco otimista, estamos vendo um novo capitalismo se desenhando, quem sabe mais justo e preocupado com as pessoas e com o planeta. E se existe um lado bom em meio aos horrores da pandemia, é a semente de mudança que começa a surgir em muitos mercados.
O site Covid Innovations é fruto de uma parceria entre o TrendWatching – uma das principais firmas de análise de tendências do mundo – e o Business of Purpose, comunidade que reúne pessoas que desejam debater ideias, soluções e negócios que são uma força para o bem.
Diariamente, o Covid Innovations é alimentado por caçadores de tendências espalhados pelo mundo. O objetivo da iniciativa é mostrar como empresas de diversos setores estão se virando neste momento difícil.
De lá, trouxemos para cá 9 inovações no varejo que consideramos as mais interessantes entre as 50 e poucas publicadas até o momento. A ideia é que você conheça essas histórias e quem, sabe, obtenha inspiração não apenas para contornar a crise, mas também para ajudar a sua comunidade.
Acompanhe!
O Support Gold Coast é um app criado para ajudar o mercado de food service e o varejo da região de Gold Coast, na Austrália. Nele, os empresários compartilham suas ofertas especiais para o período da pandemia, apresentam opções de delivery e apresentam horários de atendimento.
É o bom e velho ditado: a união faz a força. Nesse caso, com o extra de oferecer comodidade e praticidade para os clientes interessados em apoiar o comércio local.
Em Belo Horizonte, há uma iniciativa parecida. O #FiqueEmCasaBH é um site que traz um mapa colaborativo, que pode ser atualizado por qualquer pessoa que conheça um pequeno negócio que esteja trabalhando com delivery na capital mineira durante a pandemia. Uma ponte coletiva entre pequenos comerciantes e consumidores.
Estes, aliás, são apenas dois exemplos de uma modalidade de inovação no varejo que tem sido implementada em diferentes cidades de países do mundo todo.
Insight!
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Em Londres, uma iniciativa chamada Runner Deliveries conecta idosos e pessoas em situação vulnerável com voluntários interessados em ajudá-los com compras no supermercado e com outras necessidades básicas que se tornaram complexas nesses dias.
Para solicitar ajuda, a pessoa precisa apenas inserir seu nome, telefone, endereço e lista de compras que o site faz a ponte com voluntários.
Insight!Não há informações na plataforma que indiquem que o Runner Deliveries seja um projeto de alguma empresa. Ao que tudo indica, é uma iniciativa de pessoas interessadas em ajudar. Porém, serve de inspiração e exemplo para marcas. Afinal, toda empresa tem uma rede de contatos, clientes, fornecedores e parceiros que a permite criar pontes e conexões entre quem precisa de ajuda e quem quer ajudar. Mais do que nunca, é hora de mostrar que você está no mercado para mais do que ganhar dinheiro. |
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Tempos atípicos proporcionam o ambiente propício para inovações atípicas. O OpenTable é um exemplo disso. Com restaurantes fechados e supermercados lotados, seu serviço se tornou irrelevante em um piscar de olhos.
Em razão disso, a plataforma de reserva em restaurantes, que funciona nos EUA, expandiu seu serviço para ajudar consumidores a encontrarem horários mais tranquilos para as suas compras em supermercados. Além disso, o sistema visa auxilar supermercados a limitar o fluxo de pessoas nas lojas e, consequentemente, evitar filas e aglomerações, cena que tem se repetido em vários lugares do mundo.
E ainda, o app também disponibilizou aos clientes a opção de comprar gift cards dos restaurantes parceiros para serem utilizados no futuro e publicou uma lista de restaurantes que oferecem delivery, ação que contribuiu para minimizar o prejuízo dos estabelecimentos amplamente afetados pela crise global da COVID-19.
Insight!O OpenTable agiu rápido ao ver seu modelo de negócios ruir praticamente da noite para o dia. A nova solução foi implementada em menos de uma semana. Isso foi possível porque as novas demandas de seus clientes foram rapidamente assimiladas. Além disso, a marca se conscientizou de que nenhum modelo de negócio está imune aos chamados tempos líquidos – termo cunhado por Zygmunt Bauman e detalhado no livro homônimo para explicar que na sociedade contemporânea nada é feito para durar. |
Nós defendemos muito que inovações precisam ter um significado. Apps de delivery que oferecem comodidade ao cliente final ao custo da exploração da mão de obra já temos aos montes.
Antes de seguir, uma pausa fora do contexto, mas nem tanto. Recomendo que assista a este episódio do Greg News sobre como operam os grandes apps de delivery.
Na esteira do exemplo anterior, a startup escocesa Neatebox criou o Welcome, um aplicativo que possibilita que supermercados e outros comércios se adaptem às demandas de pessoas com necessidades especiais – como cegueira e autismo, por exemplo.
Os criadores da tecnologia dizem que fatores como regras de distanciamento social, longas filas e mudanças em horários de atendimento podem aumentar a ansiedade, gerar confusão e criar barreiras para muitas pessoas com necessidades especiais – daí a ideia de criar a solução.
O funcionamento é muito simples: os clientes cadastrados no app podem emitir um alerta quando chegam à loja, que, com isso, pode oferecer um suporte especial à pessoa, que não paga nada para usar o app.
Insight!O Welcome é um exemplo perfeito de startups que realmente precisam existir. Em 2018, tive a oportunidade de entrevistar David Mattin, diretor global de tendências do TrendWatching (você pode assistir à entrevista aqui). Na ocasião, ele falou algo que hoje se torna ainda mais relevante: “Precisamos de inovação com significados reais e que resolvam problemas verdadeiros. Não precisamos de mais apps de relacionamento”. |
Os pequenos comerciantes e prestadores de serviço talvez sejam os mais afetados pela crise do novo coronavírus. Em geral, a maioria dessas empresas depende de sua operação funcionando todos os dias para se manter viva. Afinal, o fluxo de caixa e as reservas financeiras costumam ser escassas, portanto, o estrago está sendo grande.
Nesse sentido, como nós consumidores, podemos apoiar os negócios de nossa comunidade?
Na Itália, uma iniciativa sem fins lucrativos chamada de Torniamo Presto (Voltamos logo), criada por quatro amigos, permite que as pessoas comprem gift cards para serem usados quando os negócios voltarem à ativa.
Insight!Nada muito inovador, nem diferente de outros exemplos que estão surgindo, essa ação mas mostra o poder de uma força coletiva para o bem. A iniciativa foi noticiada em inúmeros canais de imprensa na Itália e no mundo e até ganhou o patrocínio da prefeitura de Vicenza. |
Este é mais um exemplo inusitado que surge em decorrência de tempos líquidos e imprevisíveis.
Na Alemanha, o McDonald’s fez uma parceria com a rede de supermercados Aldi para que os funcionários sejam contratados temporariamente pelo Aldi enquanto as lojas da rede de fast food estão fechadas e os supermercados precisando de mais pessoas no time. O Aldi vai respeitar o contrato original de trabalho durante essa iniciativa temporária.
Insight!A ideia serve de inspiração para empresas que estão tendo que demitir. Talvez você, empregador, consiga fomentar parcerias como essa para ajudar pessoas do seu time que correm o risco de perder o emprego. Vimos exemplos parecidos no Brasil entre startups que precisaram demitir e construíram pontes para conectar as pessoas com outras empresas. |
Já que clientes não estão autorizados a entrar em lojas de vinho, em Los Angeles um comerciante teve uma ideia inusitada para manter sua operação ativa.
O proprietário da loja Tilda criou uma parede de vidro para separar os clientes dos produtos e do único atendente que fica na loja. No maior estilo presidiário falando com a visita nos filmes hollywoodianos. Me pergunto, aliás, se a inspiração veio da vizinhança cinematográfica…
O cliente fala com o atendente pelo seu próprio telefone para fazer o pedido e recebe o produto em uma mesa isolada e esterilizada.
Insight!Será que a configuração das lojas terá que ser revista daqui em diante? Outros negócios deverão adotar modelos como esse, em que o cliente não tem contato direto com o produto? Fica a dúvida e o alerta para uma possível tendência no varejo decorrente da pandemia. |
A rede de fast food saudável Leon, do Reino Unido, está comercializando refeições pré-embaladas e molhos prontos, bem como fazem os supermercados britânicos. De acordo com John Vincent, fundador da rede, até antes da crise, 50% das refeições comercializadas no país vinham de restaurantes e a outra metade, de supermercados. Com os restaurantes fechados, a demanda aumentou nos supermercados, e as comidas prontas começaram a faltar nas prateleiras.
Em razão disso, o Leon mudou seu modelo de negócios temporariamente, deixando de ser um restaurante de fast food para se tornar um mini mercado de refeições prontas para delivery ou retirada no balcão. Assim, as pessoas podem comprar em maior quantidade e armazenar em casa.
Insight!Todo restaurante conta com um leque variado de fornecedores de alimentos. Com os restaurantes fechados, muitos desses pequenos produtores estão sem ter para quem escoar sua produção. Por outro lado, os restaurantes e outros estabelecimentos do mercado de alimentos também passam por tempos difíceis com as lojas fechadas. Portanto, por que não transformar temporariamente seu negócio de alimentos em uma ponte entre o produtor e o cliente final? Neste sentido, ao invés de preparar o prato, você pode ser um mini mercado. É um exemplo parecido com o do OpenTable, que mudou seu modelo de negócio quando viu sua operação ruir. |
Ainda que seja possível para a maioria dos restaurantes oferecer o serviço de delivery, o custo operacional disso pode inviabilizar a operação ou encarecer demais o preço para o cliente final. Ao mesmo tempo, esses dias de pandemia estão motivando um senso de comunidade e coletividade talvez nunca visto antes.
Foi nesse contexto que surgiu o Roodkappje, na Holanda. Trata-se de um serviço de delivery conduzido por voluntários que moram nos bairros dos restaurantes e cafés.
Funciona assim: as pessoas interessadas em ajudar pequenos comerciantes do seu bairro se cadastram para fazer entregas a pé durante suas caminhadas diárias pela vizinhança. Quando saem de casa e passam em frente ao estabelecimento cadastrado no app, sabem se há algum pedido que podem ajudar a chegar na casa do cliente.
Insight!Talvez um dos grandes legados da pandemia que estamos enfrentando seja o sentimento de comunidade, de ajudar ao próximo. Não é bem um insight, mas um voto de esperança para que iniciativas como essa ajudem a construir um futuro mais humano nos negócios. |
No fim das contas, o que a gente percebe analisando essas inovações é que não se trata de simplesmente explorar oportunidades comerciais, mas de remoldar o futuro que estava sendo desenhado até antes da pandemia.
Você viu alguma outra inovação interessante no varejo nas últimas semanas? Conta pra nós na caixa de comentários.
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