Global Risks Report aponta que desinformação lidera riscos imediatos, enquanto eventos climáticos extremos são a maior ameaça futura
O Fórum Econômico Mundial (WEF) divulgou na semana passada o Global Risks Report 2025, documento que analisa os riscos mundiais em três períodos de tempo para ajudar os tomadores de decisão a equilibrar as crises atuais e as prioridades de longo prazo.
A pesquisa reflete a visão de mais de 900 líderes internacionais e revela um quadro de crescente instabilidade e erosão da confiança entre as nações.
Segundo o levantamento, entre as principais ameaças para este ano estão:
Os conflitos armados, impulsionados por tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia e as crises no Oriente Médio e no Sudão. Esse risco subiu da oitava para a primeira posição em relação ao ano anterior, evidenciando o agravamento das tensões internacionais.
Em segundo lugar aparecem os eventos climáticos extremos, resultantes do uso contínuo de combustíveis fósseis, seguidos pelos confrontos geoeconômicos, como sanções e tarifas comerciais.
A pesquisa aponta ainda que, no curto prazo, a desinformação e a falta de conhecimento emergem como grandes preocupações. Esse cenário é particularmente preocupante considerando o número de eleições importantes previstas para os próximos anos.
O relatório também alerta para o uso crescente de informações falsas, potencializado por inteligência artificial, como ferramenta para influenciar eleitores, manchar reputações e gerar instabilidade geopolítica. O documento destaca que a desinformação pode ser usada tanto para manipular processos eleitorais quanto para distorcer a percepção pública sobre conflitos em andamento. A dificuldade em distinguir conteúdos gerados por IA e humanos agrava esse cenário.
No longo prazo, o pessimismo predomina, com 62% dos entrevistados prevendo uma década turbulenta até 2035.
Os riscos ambientais são os mais citados nesse cenário, incluindo perda de biodiversidade, colapso de ecossistemas e escassez de recursos naturais. O relatório cita exemplos recentes como as ondas de calor na Ásia, inundações no Brasil e na Europa, e os incêndios florestais no Canadá como evidências da crescente severidade desses eventos.
Riscos tecnológicos e sociais também são destacados, especialmente em sociedades envelhecidas, onde instabilidades políticas e econômicas tendem a se intensificar.
O Global Risks Report 2025 lembra que, à medida que as divisões se aprofundam e a fragmentação redesenha os cenários geopolíticos e econômicos, a necessidade de uma cooperação global eficaz nunca foi tão urgente.
Apesar disso, o estudo alerta que 64% dos especialistas preveem uma ordem global fragmentada, marcada pela competição entre potências médias e grandes, o que indica que o multilateralismo enfrenta uma pressão significativa.
“Porém, voltar-se para dentro não é uma solução viável. A década que se avizinha representa um momento crucial para os líderes navegarem pelos riscos complexos e interligados e abordarem as limitações das estruturas de governança existentes. Para evitar uma espiral descendente de instabilidade – e, pelo contrário, reconstruir a confiança, aumentar a resiliência e garantir um futuro sustentável e inclusivo para todos – as nações devem priorizar o diálogo, fortalecer os laços internacionais e criar as condições para uma colaboração renovada”, conclui o documento.
→ O Global Risks Report 2025 está disponível na íntegra, em inglês, aqui.
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