Com capacidade de analisar o passado, monitorar o presente e prever o futuro, DestinE será usado para ajudar a Europa a responder de forma mais eficaz a desastres naturais, adaptar-se às mudanças climáticas e avaliar os potenciais impactos socioeconômicos e políticos de eventos extremos
Há quase 30 anos, o mundo conhecia a ovelha Dolly. Em fevereiro de 1997, Dolly ocupou as manchetes de jornais ao ser apresentada como o primeiro mamífero clonado a partir de uma célula somática adulta. Na época, a ovelinha criou um verdadeiro frenesi, levando todos a se perguntarem qual seria o próximo grande avanço tecnológico. A clonagem de humanos parecia uma questão de tempo.
Embora a tecnologia tenha avançado significativamente desde então, a clonagem de humanos (ainda) não foi para frente, principalmente por questões éticas.
Em 2024, com a inteligência artificial cada vez mais presente em diferentes setores da sociedade, o tópico da clonagem voltou à tona. Desta vez, entretanto, o foco dos cientistas não é um animal ou um ser humano, mas o nosso planeta.
Para entender melhor como lidar com as mudanças climáticas no futuro, cientistas desenvolveram um sofisticado “gêmeo digital” da Terra, um modelo computacional que simula com precisão os sistemas climáticos e meteorológicos terrestres, além dos impactos das atividades humanas.
Denominado Destination Earth (DestinE), o projeto é coordenado pela Comissão Europeia e possui um financiamento de mais de € 315 milhões.
Utilizando inteligência artificial, o DestinE integra dados de várias fontes, como o programa Copernicus, para representar processos naturais e humanos complexos, oferecendo uma ferramenta crucial para cientistas e políticos elaborarem estratégias de adaptação precisas e medidas de mitigação viáveis.
“Com ele, podemos observar desafios ambientais que podem nos ajudar a prever cenários futuros – como nunca antes… Hoje, o futuro está literalmente ao nosso alcance”, disse, em nota.
Com dois modelos iniciais focados em adaptação climática e extremos induzidos pelo clima, o projeto busca fornecer cenários hipotéticos para ajudar na tomada de decisões estratégicas. Exemplos incluem a construção de infraestruturas resistentes a futuros eventos extremos e a otimização da agricultura em resposta às mudanças climáticas. A meta é ter uma réplica digital completa da Terra até 2030.
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