Demanda por profissionais com habilidades verdes cresceu 22% em 2023, revela nova edição do relatório Future of Jobs do Fórum Econômico Mundial
O Fórum Econômico Mundial divulgou nesta quarta-feira (8) a nova edição do seu já tradicional relatório sobre o futuro dos empregos. Um dos principais destaques do estudo é o papel que a economia verde deve desempenhar na transformação do mercado de trabalho e dos negócios nos próximos anos.
O relatório, que vem acompanhando as principais tendências desde 2016, destaca pela primeira vez a transição verde como um dos cinco principais fatores que devem moldar o mercado de trabalho global até 2030. Mudanças tecnológicas, fragmentação geoeconômica, incertezas econômicas e transformações demográficas completam essa lista.
Reunindo a perspectiva de mais de 1.000 grandes empregadores globais – que, juntos, representam mais de 14 milhões de trabalhadores em 22 setores da indústria e 55 economias ao redor do mundo –, o estudo analisa o impacto dessas macrotendências no mercado de trabalho e indica estratégias de transformação que os empregadores planejam adotar entre 2025 e 2030.
A mitigação das mudanças climáticas aparece como a terceira tendência mais transformadora no contexto do futuro do trabalho – e a primeira dentro da macrotendência da transição verde –, com 47% dos empregadores esperando transformações organizacionais em resposta a essa agenda.
Da mesma forma, a adaptação às mudanças climáticas também ocupa lugar de destaque no estudo, citada por 41% dos empregadores como um fator crítico para reestruturações futuras.
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Como era de se esperar, isso leva a uma demanda crescente por habilidades verdes.
Nesse cenário, funções como engenheiros de energia renovável, especialistas em veículos elétricos e autônomos, e engenheiros ambientais figuram entre as com maior crescimento.
O desafio, porém, está em alinhar a oferta à demanda: enquanto o número de vagas que exigem habilidades verdes aumentou 22% entre 2022 e 2023, a formação de profissionais ainda não acompanha esse ritmo.
O relatório também ressalta os esforços de descarbonização como um motor de transformação em indústrias como a automotiva, aeroespacial e mineração, onde mais de 69% das empresas preveem mudanças significativas. Embora essas transformações representem custos de transição elevados, elas abrem espaço para novos empregos e oportunidades em setores relacionados à transição energética e redução de emissões.
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O impacto da economia verde varia por região e setor. No Sudeste Asiático, por exemplo, 72% dos empregadores esperam que as ações climáticas transformem seus negócios até 2030, enquanto na Ásia Central, apenas 19% consideram essas tendências relevantes.
Globalmente, a gestão ambiental entrou pela primeira vez na lista das 10 habilidades que mais crescem, com um aumento de 12% no número de trabalhadores adquirindo essas competências entre 2022 e 2023.
Por fim, o relatório aponta que é essencial que haja ação conjunta entre governos, empresas e o setor educacional para reduzir lacunas de habilidades, investir em requalificação e criar caminhos acessíveis para empregos em alta demanda. Ao adotar estratégias inclusivas e apoiar os trabalhadores, é possível construir uma força de trabalho global resiliente e preparada para os empregos do futuro.
→ O Future of Jobs Report 2025 está disponível na íntegra em inglês aqui.
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