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Pela primeira vez, fontes renováveis e energia nuclear responderam por 40% da geração elétrica global, aponta IEA
O consumo global de energia aumentou 2,2% em 2024, superando a média da última década, aponta o Global Energy Review 2025. Esse crescimento reflete não apenas a recuperação econômica pós-pandemia, mas também mudanças estruturais nos padrões de consumo energético mundial.
De acordo com o relatório elaborado pela Agência Internacional de Energia (IEA), esse crescimento foi impulsionado pela demanda por eletricidade, que subiu 4,3%, devido a temperaturas extremas, eletrificação e digitalização. Na prática, eventos climáticos severos aumentaram o uso de sistemas de refrigeração, enquanto a expansão de data centers e a adoção de veículos elétricos intensificaram o consumo elétrico.
Mais de 80% do aumento da demanda energética veio de países emergentes e em desenvolvimento. Mesmo com o consumo de energia da China desacelerando, esses países continuaram a ser os principais motores do crescimento energético global. A Índia, por exemplo, registrou um aumento na demanda que superou o crescimento combinado de todas as economias avançadas, refletindo seu rápido desenvolvimento econômico e industrial.
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Como mostra o gráfico acima, as fontes renováveis lideraram o fornecimento dessa energia adicional. Segundo o estudo, a capacidade instalada dessas fontes alcançou um recorde de 700 gigawatts (GW), garantindo que, pela primeira vez, elas, juntamente com a energia nuclear, representassem 40% da geração elétrica mundial.
O resultado representa uma mudança significativa na matriz energética global, indicando uma tendência crescente de descarbonização do setor elétrico – já perceptível em regiões como China, União Europeia e Estados Unidos, onde o crescimento da geração solar e eólica foi particularmente expressivo.
Os impactos dessa transformação já são mensuráveis: desde 2019, o uso acumulado de tecnologias limpas – como solar, eólica, nuclear, veículos elétricos e bombas de calor – ajudou a evitar a emissão de cerca de 2,6 bilhões de toneladas de CO₂ por ano, o equivalente a 7% das emissões globais anuais.
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O gás natural teve o maior crescimento entre os combustíveis fósseis (2,7%), enquanto a demanda global por carvão cresceu 1%, impulsionada por temperaturas elevadas na Ásia. O petróleo, por sua vez, perdeu participação na matriz energética global, caindo para menos de 30% da demanda total de energia, reflexo do crescimento das vendas de veículos elétricos e mudanças na indústria.
Essas dinâmicas apontam para uma possível reconfiguração estrutural no uso de combustíveis fósseis, com implicações para produtores e consumidores em todo o mundo.
Por fim, apesar do aumento na demanda por energia, o crescimento das emissões globais de CO₂ foi moderado, subindo apenas 0,8% em 2024. Nas economias avançadas, as emissões caíram 1,1%, voltando a níveis registrados há 50 anos. No entanto, a eficiência energética apresentou avanço de apenas 1% no ano, abaixo da média histórica, indicando a necessidade de políticas mais robustas para promover o uso eficiente da energia.
O relatório da IEA destaca que, embora o crescimento da demanda global represente desafios, especialmente em termos de emissões, a maior participação de fontes limpas na matriz é um sinal positivo de que a transição energética está em curso. No entanto, ela requer esforços contínuos para acelerar a adoção de tecnologias limpas e melhorar a eficiência energética, garantindo um futuro sustentável e resiliente para o setor energético mundial.
→ O relatório Global Energy Review 2025 está disponível na íntegra, em inglês, aqui.
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