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Especialistas criticam nova meta brasileira de corte de emissões

Prévia da meta climática que será apresentada na COP29, comunicado divulgado pelo governo brasileiro contempla corte de emissões entre 59% e 67% até 2035. Especialistas pedem mais ambição

Começou nesta segunda-feira (11) a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Realizada em Baku, no Azerbaijão, a COP29 tem como principal objetivo aprovar a nova meta coletiva de financiamento climático.

Ou seja, até o dia 22 deste mês, espera-se que os 196 países-membros da Convenção do Clima das Nações Unidas cheguem a um acordo quanto aos recursos financeiros que os países desenvolvidos precisam disponibilizar a partir do ano que vem para apoiar a transição para economias de baixo carbono e ajudar os países em desenvolvimento a enfrentarem os impactos das mudanças climáticas.

Para o Brasil, essa edição – que é ainda mais importante por ser a última antes de o país sediar o principal evento do clima no mundo – começou na semana passada…

As novas metas climáticas brasileiras

Na última sexta-feira (8), o governo brasileiro emitiu um comunicado em que se compromete a reduzir entre 59% e 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2035, em comparação com os níveis de 2005. 

Definida por um sistema de “bandas” de emissões, a meta coloca o limite entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. O documento, porém, não detalha como isso será feito. 

A expectativa é que o vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera a comitiva brasileira em Baku, apresente a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) – o compromisso oficial com metas de redução de emissões acordadas por cada país sob o Acordo de Paris – durante a COP, com mais detalhes sobre as ações planejadas para alcançar esses objetivos.

O que dizem os especialistas

Enquanto o governo afirma que esse compromisso permitirá que o Brasil avance rumo à neutralidade climática até 2050, especialistas dizem que tais esforços são insuficientes.

Críticos destacam que a meta superior de 1,05 GtCO2e mantém o país entre os maiores emissores globais e questionam se o compromisso é suficiente para limitar o aquecimento global a 1,5°C, estabelecido no Acordo de Paris. Além disso, apontam que os compromissos anteriores do Brasil, como a promessa de desmatamento zero até 2030 e a recuperação de florestas, poderiam estabelecer um teto de emissões mais baixo, de até 650 MtCO2e. 

Na visão de Ilan Zugman, diretor da organização da sociedade civil 350.org na América Latina, esse momento crítico exige mais esforços, especialmente considerando a urgência climática e a responsabilidade do Brasil como sede da próxima COP.

“Esses números não inspiram para que, de fato, haja um movimento eficaz para o planeta não ultrapassar o limite de 1,5°C. Vindo do país-sede da COP30, isso é preocupante, pois esse é o momento para irmos além e mostrarmos que queremos virar o jogo”, avaliou, em nota à imprensa.

Leia também: Brasil precisa reduzir emissões de gases de efeito estufa em 92% até 2035, alerta Observatório do Clima


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Redação A Economia B

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