Em 11 meses, uma estação de ônibus que utiliza energia solar fotovoltaica gerou energia suficiente para cerca de 8 mil banhos e evitou a emissão de uma tonelada de CO2. Entenda essa história e conheça duas ONGs e um negócio social que atuam para democratizar o acesso à energia solar no Brasil
O uso de energias limpas e renováveis pode ajudar a reduzir a emissão de gases do efeito estufa e, consequentemente, combater a crise climática e seus efeitos no planeta. Além disso, é fundamental para o progresso do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7, que visa assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos e todas.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), mais de 22 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) foram evitadas por sistemas solares fotovoltaicos no Brasil desde 2012.
Apesar de atualmente responder por apenas 7,6% da matriz energética brasileira, a geração de energia solar vem crescendo. Em abril deste ano, por exemplo, a potência instalada chegou a 15,3 gigawatts (GW) no país, com mais de 963 mil sistemas ligados à rede elétrica.
Em relação à sustentabilidade ambiental, até um pequeno sistema fotovoltaico pode apresentar bons resultados. Esse, aliás, é o caso de um projeto implementado em uma estação de ônibus em Belo Horizonte (MG)…
Energia solar em estação de ônibus
Desde que entrou em operação – em junho de 2021 –, o sistema fotovoltaico da estação tubo UFMG já gerou 8,3 mil kWh; energia suficiente para cerca de 8 mil banhos. Além disso, proporcionou uma economia de aproximadamente R$ 7 mil e evitou a emissão de uma tonelada de CO2 a partir da energia gerada.
Guilherme Nagamine, diretor da L8 Energy, empresa parceira da BH Trans nesse projeto, explica que sistemas fotovoltaicos são uma fonte limpa e renovável de energia. Portanto, quem investe nesse tipo de tecnologia ajuda o meio ambiente na redução da emissão de gases de efeito estufa e do uso de outras fontes poluidoras, como as de origens fósseis.
“A energia solar é uma ótima alternativa para reduzir a pegada de carbono”, acrescenta.
Guilherme aponta ainda que o avanço da tecnologia fotovoltaica tem propiciado o desenvolvimento de produtos mais acessíveis e eficientes. Caso, por exemplo, da telha solar, que gera 5% mais energia do que os tradicionais módulos solares e possui um design diferenciado, que pode ser integrado ao projeto arquitetônico.
“Em Jataí, no interior de Goiás, participamos da implantação de um sistema em uma residência que foi coberta com 750 telhas solares. Os resultados foram promissores, com geração mensal de energia de 5.500 kWh e redução anual de 12 toneladas de gás carbônico na atmosfera”, conta.
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2 ONGs e uma empresa promovendo a revolução da energia solar no Brasil
Além do projeto em operação na capital mineira, há outras iniciativas contribuindo para a expansão e até mesmo para a democratização da energia solar no Brasil. Caso, por exemplo, das duas ONGs e da empresa B que apresentamos a seguir.
Insolar
A Insolar é um negócio social que promove a democratização do acesso à energia solar no Brasil.
Por meio de parcerias com microempresas, grandes organizações, cidadãos e poder público, a Insolar – que é uma empresa B certificada – instala sistemas fotovoltaicos que convertem a energia solar em energia elétrica. Assim, é possível reduzir a conta de luz dos moradores e de ONGs, contribuindo para o avanço de energia limpa no Brasil.
Os locais de instalação – seja uma residência ou uma instituição – são definidos com a ajuda da comunidade. A Insolar, então, identifica as melhores fontes de recursos, capacita a mão de obra local e realiza oficinas e treinamentos. Ou seja, tudo é feito para que energia gerada pelos painéis solares cause o máximo de impacto socioambiental para os beneficiários e para as comunidades.
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Revolusolar
Esta ONG trabalha para levar energia solar para comunidades de baixa renda no Rio de Janeiro (RJ).
Na prática, a Revolusolar promove o desenvolvimento sustentável através da energia solar em três frentes de atuação:
- Geração distribuída de energia sustentável (GDES);
- Formação profissional em eletricidade e instalações solares;
- Educação ambiental infanto juvenil.
Além disso, as instalações de GDES são realizadas, operadas e mantidas pelos profissionais formados pela ONG. Essa capacitação, aliada à educação infanto-juvenil, promove o envolvimento da população local em todas as fases do projeto.
Litro de Luz
Presente nas cinco regiões do país, a Litro de Luz Brasil leva iluminação solar a comunidades sem acesso à energia ou sem luz nas ruas por meio de postes, lampiões e soluções solares compostas por materiais simples como garrafa PET e canos PVC, além de placa solar, bateria e LED.
A organização faz parte do movimento global Liter of Light, que surgiu em 2011, nas Filipinas, inspirado pela “Lâmpada de Moser” (solução criada em 2002 pelo mecânico brasileiro Alfredo Moser), uma garrafa pet no telhado abastecida com água e alvejante, que por meio da refração proporcionava uma iluminação equivalente a uma lâmpada de 60 watts.
Apesar de, atualmente, a energia solar representar apenas 7,6% da matriz energética brasileira, o crescimento registrado nos últimos anos, a urgência climática e essas histórias mostram que é possível vislumbrar um futuro mais limpo e renovável quando o assunto é geração de energia no Brasil.
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