Em todo o mundo, 789 milhões de cidadãos não têm eletricidade em casa. Entenda o papel do poder privado para o avanço do ODS 7 e conheça organizações que já estão agindo para levar eletricidade para quem mais precisa
Para muitas pessoas, eletricidade é algo comum e trivial, a sua presença é garantida e inquestionável. Contudo, para quem não tem acesso a esse recurso fundamental, sua ausência é inegável e cruel. Além disso, afeta todos os aspectos de suas vidas. Afinal, sem acesso à eletricidade, além de viver em condições precárias, essas pessoas estão muito mais vulneráveis a doenças e até mesmo não têm as mesmas oportunidades de trabalho.
E não são poucos os que vivem nessa situação!
Em todo o mundo, 789 milhões de cidadãos não têm eletricidade em casa. No Brasil, 990 mil pessoas não têm acesso à energia elétrica.
Em meio à pandemia de Covid-19, a falta de acesso à eletricidade prejudica ainda mais a vida de populações já bastante vulneráveis, uma vez que esse é um recurso fundamental no combate ao novo coronavírus.
O sétimo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU foca justamente nesse problema. As metas centrais estabelecidas nessa área são:
Empresas que atuam no setor energético podem trabalhar de maneira mais direta nesse problema, adequando suas operações para contribuir para o progresso do acesso à energia limpa e segura para todos. Contudo, todas as organizações, independentemente do segmento, podem agir em prol do ODS 7.
Segundo o Pacto Global, movimento que incentiva o alinhamento de estratégias empresariais aos direitos humanos, estas são algumas iniciativas e práticas que setor privado pode adotar para democratizar o acesso à energia e colaborar para o crescimento das redes de energia mais sustentáveis:
As organizações podem contribuir para o progresso do ODS 7 adotando diretrizes e regras apontadas por instituições nacionais e internacionais voltadas à eficiência energética e à expansão das energias renováveis. Caso, por exemplo, destas três:
Um dos obstáculos para o avanço do ODS 7 é a falta estrutura adequada para o oferecimento de energia. Além disso, faltam investimentos para a criação de redes de energia seguras e acessíveis à população.
Nesse sentido, o progresso de redes de energia renováveis está diretamente relacionado à democratização do acesso à energia em áreas remotas. Afinal, soluções independentes (off-grid) de energias renováveis geralmente são mais fáceis de serem instaladas. Além disso, são mais acessíveis e podem ser administradas pela própria população local. Ou seja: geram energia, economia e renda.
Inclusive, é exatamente esse tipo de ação que muitas empresas estão promovendo para levar eletricidade para quem mais precisa. Apresentamos algumas delas a seguir.
Essa B Corp é um negócio social que promove a democratização do acesso à energia solar no Brasil. Por meio de parcerias com microempresas, grandes organizações, cidadãos e poder público, a Insolar instala sistemas fotovoltaicos que convertem a energia solar em energia elétrica. Assim, é possível reduzir a conta de luz dos moradores e de ONGs, contribuindo para o avanço de energia limpa no Brasil.
Os locais de instalação – seja uma residência ou uma instituição – são definidos com a ajuda da comunidade. A Insolar, então, identifica as melhores fontes de recursos, capacita a mão de obra local e realiza oficinas e treinamentos. Ou seja, tudo é feito para que energia gerada pelos painéis solares cause o máximo de impacto socioambiental para os beneficiários e para as comunidades.
A tecnologia desenvolvida pela Pavegen capta a energia mecânica dos passos e transforma em energia elétrica. Para isso, a empresa instala placas cinéticas em centros urbanos de alta circulação. Segundo a Pavegen, cada pedestre pode gerar até 7 watts de energia, dependendo de quanto tempo passa caminhando em um mesmo local.
O potencial da Pavegen vai além da geração de energia limpa, já que a tecnologia também gera dados – indicando, por exemplo, a quantidade de energia gerada pela caminhada de uma pessoa (o que possibilita, por exemplo, a oferta de recompensas).
A Estre é uma empresa de serviços ambientais que utiliza o lixo coletado para gerar energia limpa e renovável. A organização aposta na geração de energia a partir do biogás proveniente de seus aterros sanitários.
O gás é captado por drenos instalados em todo o aterro e é canalizado para a usina através de uma rede de gás que interliga os drenos. Esse gás passa por um processo de filtragem, resfriamento e então está apto para ser usado como combustível em motogeradores, que queimam o biogás e geram energia elétrica.
Essa é uma iniciativa importante do ponto de vista ambiental. Afinal, nesse processo, gases que contribuem diretamente para o efeito estufa (como metano e dióxido de carbono, por exemplo) são transformados em energia renovável e limpa.
A Enercoop é uma cooperativa francesa de energia elétrica que utiliza apenas energia renovável. O modelo de cooperativa gera emprego local, transparência e cooperação entre clientes, produtores, fundadores, funcionários, parceiros e comunidades locais. Metade dos locais de produção de energia é propriedade de cidadãos – o que promove o desenvolvimento da economia local e a reapropriação de energia pelos moradores.
Além disso, a Enercoop, que é uma empresa B, investe em projetos que incentivam uma transição energética que beneficia os cidadãos e a economia local. A cooperativa também é parceira do Énergie Solidaire, um fundo de doação que visa tirar famílias da pobreza energética. Ou seja, o trabalho da Enercoop está diretamente relacionado às principais metas do ODS 7.
A Energy Farm nasceu com a missão de acabar com a pobreza energética. A empresa oferece serviços e soluções de energia solar e energia eólica que visam facilitar o acesso à eletricidade em comunidades remotas e vulneráveis.
O negócio atua em parceria com governos, corporações e ONGs para levar energia renovável para quem mais precisa. Mais de 5 mil pessoas já foram beneficiadas pelos projetos desenvolvidos pela Energy Farm. Além disso, a energia gerada pelos sistemas solares da empresa já gerou um impacto equivalente a 33.1 toneladas de redução de emissões de CO2.
A Selco foi fundada com o objetivo de quebrar alguns mitos em torno de energias renováveis – especialmente o de que a população mais pobre não teria condições de pagar e manter recursos energéticos sustentáveis.
A empresa oferece produtos e soluções de energia solar para áreas rurais na Índia, promovendo melhores condições para geração de renda nessas comunidades. Os serviços são personalizados de acordo com o contexto e as necessidades específicas de cada local. Além disso, a Selco atua como facilitador financeiro, oferecendo ajuda aos fazendeiros por meio de parcerias com instituições financeiras.
Dessa forma, a Selco impacta positivamente não apenas na evolução do ODS 7, mas de vários outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A Solar Solutions PNG oferece soluções de energia simples e sustentáveis. A missão da empresa é levar eletricidade para todos na Papua Nova Guiné, onde apenas 13% da população está conectada à rede de eletricidade. Em algumas áreas do país, a eletricidade funciona somente durante a noite, o que prejudica diretamente a economia local e a educação de milhares de crianças e jovens.
As soluções de energia solar da companhia vão desde postes, lâmpadas portáteis, eletrodomésticos e geradores até itens para cozimento seguro. Além de impactar a vida dos cidadãos, essas soluções proporcionam melhores condições de vida e mais oportunidades para a população atendida.
Os exemplos citados acima mostram que existem diversas formas de o poder privado contribuir para o avanço do ODS 7 desenvolvendo projetos e produtos com esse foco.
Porém, há outro caminho a ser seguido – especialmente pelos negócios que não possuem know-how na área de energia: apoiar e realizar parcerias com organizações que trabalham para democratizar o acesso à eletricidade limpa e segura.
A seguir, conheça algumas ONGs e instituições que sua empresa pode apoiar como forma de contribuir para que cada vez menos pessoas vivam sem energia.
Esta ONG trabalha para levar energia solar para comunidades de baixa renda no Rio de Janeiro (RJ).
Na prática, a Revolusolar promove o desenvolvimento sustentável através da energia solar em três frentes de atuação: geração distribuída de energia sustentável (GDES), formação profissional em eletricidade e instalações solares e educação ambiental infanto juvenil.
Além disso, as instalações de GDES são realizadas, operadas e mantidas pelos profissionais formados pela ONG. Essa capacitação, aliada à educação infanto-juvenil, promove o envolvimento da população local em todas as fases do projeto.
💡 Saiba mais e apoie!
Presente nas cinco regiões do país, a Litro de Luz Brasil leva iluminação solar a comunidades sem acesso à energia ou sem luz nas ruas por meio de postes, lampiões e soluções solares compostas por materiais simples como garrafa PET e canos PVC, além de placa solar, bateria e LED.
A organização faz parte do movimento global Liter of Light, que surgiu em 2011, nas Filipinas, inspirado pela “Lâmpada de Moser” (solução criada em 2002 pelo mecânico brasileiro Alfredo Moser): garrafa pet no telhado abastecida com água e alvejante, que por meio da refração proporcionava uma iluminação equivalente a uma lâmpada de 60 watts.
💡 Saiba mais e apoie!
A Sustainable Energy for All é uma organização internacional que trabalha em parceria com a ONU, líderes globais, governos, poder privado, ONGs e sociedade civil para acelerar o progresso do ODS 7 e o atingimento das diretrizes do Acordo de Paris.
Ou seja, a SEforALL atua para garantir uma transição de energia limpa que não deixa ninguém para trás e traz novas oportunidades para que todos realizem seu potencial.
Durante a pandemia, o trabalho da entidade tem os seguintes focos:
💡 Saiba mais e apoie!
Sem acesso a sistemas de eletricidade, muitos cidadãos sofrem com:
Ou seja, a falta de acesso à energia é um fator diretamente relacionado com os níveis elevados de pobreza e a vulnerabilidade de uma população.
Esperamos que as histórias apresentadas e as reflexões propostas o ajudem a encontrar formas de fazer a sua parte – seja individualmente, apoiando causas que apoiam o avanço do ODS 7, ou por meio de ações empresariais focadas nessa causa!
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