Relatório elaborado pelo London Stock Exchange Group aponta a economia verde como o segundo setor com melhor desempenho global na última década
À medida que aumenta o debate sobre as mudanças climáticas e seus impactos globais, cresce também o investimento em formas alternativas de economia.
Nesse cenário, um setor em particular avançou bastante nos últimos anos: a economia verde, composta por indústrias que oferecem produtos e serviços que ajudam a reduzir emissões e enfrentar desafios climáticos e ambientais globais, e que contempla desde energias renováveis e água limpa até transporte verde e gestão de resíduos.
Um estudo recente revelou que a economia verde global atingiu a marca de US$7,2 trilhões de capitalização de mercado no primeiro trimestre de 2024, tornando-se o segundo setor com melhor desempenho mundial na última década, atrás apenas do setor de tecnologia.
O relatório “Investing in the Green Economy”, elaborado pelo London Stock Exchange Group (LSEG), utilizou dados de mais de 19 mil empresas e destacou a diversificação da economia verde, abrangendo indústrias e cadeias de valor em mais de 50 mercados desenvolvidos e emergentes.
Segundo o estudo, desde 2008, a economia verde tem crescido a uma taxa composta de 13,8% ao ano, superando o mercado de ações em geral.
Atualmente, os Estados Unidos representam 60% da capitalização de mercado da economia verde. Porém, a pesquisa destaca que isso se deve muito ao tamanho do seu mercado de ações, uma vez que sua exposição verde em termos relativos está abaixo da média global. “Em contraste, países como Alemanha, Canadá e China têm uma exposição verde maior que a média mundial, embora com tamanhos de mercado menores”, aponta o estudo.
Superando a China, Taiwan tornou-se o segundo maior mercado (6%). A economia verde chinesa permanece entre as três maiores (5%), embora esteja encolhendo devido ao declínio do mercado de ações (e uma grande parte de sua economia verde não está listada). Índia e Hong Kong entraram no top 10, superando Suíça e Coreia do Sul.
A análise também apontou que a eficiência energética é a principal indústria dentro da economia verde, representando 46% do mercado.
O crescimento das tecnologias digitais, especialmente da inteligência artificial (IA) e dos centros de dados, está impulsionando a expansão da economia verde, com grandes empresas de tecnologia investindo em energia renovável para mitigar seu impacto ambiental.
Exemplos incluem o investimento da Microsoft em energia limpa para 10,5 gigawatts de energia solar e eólica. No mercado de renda fixa, os títulos verdes mostraram resiliência, com US$ 540 bilhões emitidos em 2023, apesar das taxas de juros elevadas.
Por fim, o relatório do London Stock Exchange Group elenca alguns desafios que podem impactar a economia verde nos próximos anos. Entre eles, destacam-se:
A economia verde tem enfrentado volatilidade financeira devido à alta inflação, aumento das taxas de juros e tensões geopolíticas. Esses fatores causaram flutuações nos ativos verdes, que tiveram dificuldades em 2022, mas começaram a se recuperar em 2023.
O relatório destaca que disrupções contínuas nas cadeias de suprimentos globais podem introduzir ineficiências estruturais e desacelerar o crescimento da economia verde. Esforços para desacoplar cadeias de suprimentos globais e garantir matérias-primas essenciais estão entre as principais preocupações.
A fragmentação geopolítica continua sendo um risco significativo, afetando a estabilidade do mercado e os fluxos de investimento dentro da economia verde. Essa fragmentação pode levar a uma incerteza aumentada e impactar a transição suave para um modelo econômico sustentável.
Há, ainda, uma necessidade de financiamento privado para apoiar a inovação em novas áreas, como adaptação climática e mercados emergentes. Modelos de investimento tradicionais podem não ser suficientes, e abordagens de financiamento inovadoras serão essenciais para atender a esses novos destinos de investimento e perfis de fluxo de caixa.
Esses desafios ressaltam as complexidades de transitar para uma economia verde sustentável e destacam a necessidade de estratégias adaptativas para enfrentar essas questões, enquanto continuam a promover o crescimento e o investimento nos setores verdes.
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