Especialista em desenvolvimento de líderes e organizações dá dicas para os exaustos profissionais de sustentabilidade que precisam liderar conversas desconfortáveis e explica de onde vêm os entraves que impedem o engajamento do C-Level em agendas regenerativas
Verônica Manguinho é, segundo ela própria, “uma ariana transgressora”. Mas também é psicóloga, mestranda em sustentabilidade e cofundadora da Flora, consultoria que tem o “objetivo de destruir o modelo de RH que está levando pessoas à exaustão e ao burnout”.
Quando ela me disse que iria participar do Blue Earth Summit, festival que aconteceu em Londres para debater inovação de impacto e regeneração sob diferentes lentes, combinamos de gravar uma entrevista pós-evento.
Mas a pauta da conversa acabou indo bem além dos insights que ela trouxe da capital britânica…
Outro assunto que debatemos foi o grande desafio de fazer com que agendas de sustentabilidade e ESG realmente cheguem à alta liderança. Como disse para Verônica, noto que há uma dor comum entre os profissionais de sustentabilidade: eles têm uma missão e uma responsabilidade, mas nem sempre têm o apoio necessário da alta liderança para que as coisas possam, de fato, acontecer.
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Na visão da cofundadora da Flora, antes de mais nada, é preciso reconhecer que a maior parte das lideranças hoje enfrenta altos níveis de exaustão, que acabam refletidos na saúde mental.
“Quando lidamos com questões como depressão, burnout ou ansiedade, acabamos operando em um modo de sobrevivência, e isso afeta nossas decisões e respostas. Nessas condições, nosso cérebro tende a fugir da complexidade, dificultando o enfrentamento de desafios complexos, além de nos direcionar a tomar decisões de curto prazo e focadas em autoproteção”, explica.
Considerando que muitos executivos estão nesse estado de pressão e esgotamento, a palavra-chave, segundo ela, é acolhimento – que, na prática, significa “compreender o que é valor e estratégia para cada executivo e organização, ‘hackear’ o sistema, entender o momento específico da liderança e propor soluções regenerativas, sustentáveis e circulares de acordo com a estratégia da organização”, orienta.
Outro caminho recomendado pela especialista em desenvolvimento de líderes e organizações para acelerar transformações – e que tem a ver com hackear o sistema – é buscar meios de incorporar o tema da sustentabilidade ao propósito evolutivo da organização, “comprometendo-se externamente e, assim, sendo demandado internamente a agir de forma coerente”, sugere como exemplo.
“Quando a sustentabilidade se torna um valor corporativo, e não apenas uma área isolada, isso acelera a agenda. No entanto, o que percebo, via de regra, é que a sustentabilidade continua sendo tratada como uma área e não como um mindset. Como resultado, as pessoas responsáveis por essas agendas se sentem sobrecarregadas e frustradas, enfrentando muitas negativas em suas propostas de longo prazo, enquanto a organização segue focada no curto prazo”, lamenta.
A entrevista flutua por outros temas além dos já citados, como:
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A Flora é uma consultoria especializada na atração de lideranças e na transformação organizacional com foco em impacto socioambiental, que trabalha com organizações e instituições que desejam alinhar suas iniciativas com práticas de sustentabilidade, regeneração e impacto positivo.
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