*Este artigo faz parte da cobertura do B For Good Leaders Summit, evento que aconteceu em Amsterdam nos dias 11 e 12 de maio de 2023. Leia o primeiro texto da cobertura especial para entender o contexto.
Interdependência radical. Para os líderes brasileiros que entrevistamos durante o B For Good Leaders Summit, essa é a base da construção de uma nova economia, uma economia regenerativa. Buscando entender o que isso significa na prática, perguntamos a eles:
- O que faz uma rede ser capaz de mudar mentalidades e avançar nas agendas mais importantes do século?
- Como abrir espaço para que diferentes pontos de vista possam despertar e florescer?
- Que valores óbvios, mas nem sempre praticados, são necessários para fomentar colaborações e promover mudanças sistêmicas?
Na visão de Vinicius de Paula Machado, empreendedor social e fundador da Decah, toda rede resiliente precisa ter pontos de convergência e o entendimento e a maturidade de acolher diversas formas de se pensar e de gerar valor.
“O que eu desejo é que essas iniciativas tenham sempre essa musculatura, essa humildade de estarem abertas para ouvir seus múltiplos stakeholders, entender suas necessidades e aí sim se colocar a serviço, articulando novas formas de intercâmbio de estratégias de impacto e de boas práticas”, reflete.
A executiva climática e comunicadora socioambiental Lara Martins traz para o debate a importância da abertura ao diálogo e da disposição para enfrentar o que incomoda.
Segundo ela, os caminhos se abrem nesse processo. “A gente tem que estar aberto para conversar, para ouvir as pessoas e aquilo que nos incomoda, que gera um estranhamento porque isso nos faz refletir”, pontua.
Paulo Boneff, Head Global de Sustentabilidade da Gerdau, acredita que o intraempreendedorismo pode ajudar a fomentar esses diálogos citados por Lara dentro das organizações.
Além disso, ele sugere que as pessoas possam usar essa cultura intraempreendedora para atuar em situações que não se conformam e mudar o status quo. “Os change makers são essas pessoas que estão fazendo a mudança de dentro para fora. Então, como é que a gente pode mudar primeiro dentro da Gerdau e depois usar essa mudança para fazer uma mudança sistêmica?”, provoca.
Por fim, Ushi Araújo, empreendedora social e sócia da Célula, destaca a importância da honestidade e coerência individual. “Não dá mais pra gente ficar inventando fórmula ou inventando meios e caminhos. Estamos propondo uma mudança de mundo, uma mudança de paradigma, uma mudança de modelo de pensamento. A gente precisa ser muito honesto”, declara.
Vídeo: Como conectar múltiplos stakeholders e fomentar redes de impacto socioambiental
Os depoimentos acima fazem parte do terceiro vídeo da cobertura do B for Good Leaders Summit. Nele, os quatro líderes brasileiros trazem uma visão crítica sobre redes de impacto e apresentam insights sobre como a colaboração e a diversidade de pensamento podem impulsionar mudanças sistêmicas.
Assista e entenda como as organizações podem se transformar em elos de uma rede interdependente, abrindo espaço para reflexões, colaborações e ações transformadoras.
Mais conteúdos dessa cobertura:
- O papel do setor privado e das lideranças para promover mudanças radicais e sistêmicas
- O ativismo indígena e a proteção da Mata Atlântica e da humanidade
- B For Good Leaders Summit: transformando compromissos por uma economia regenerativa em ação
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