Estudo “Mudança do Clima no Brasil – síntese atualizada e perspectivas para decisões estratégicas” aponta risco de colapso ambiental e reforça necessidade urgente de adaptação e cooperação para conter efeitos extremos
Não é novidade que o Brasil é um país de clima tropical, onde o calor prevalece na maior parte do ano. Porém, isso, que antes era um atrativo, tem se tornado motivo de preocupação crescente…
Essas (e outras) mudanças contribuem para a produção de eventos extremos – como secas prolongadas no Nordeste e na Amazônia, e chuvas intensas no Sul e Sudeste. Com a intensificação desses eventos climáticos, a população brasileira, predominantemente urbana, estará cada vez mais vulnerável a desastres naturais.
Desenvolvido pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) em parceria com a Rede Clima, o WWF-Brasil e o Instituto Alana, o estudo sintetiza dados sobre o Brasil publicados nos últimos anos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e traz informações da Agência Ambiental Europeia e de pesquisadores associados, revelando o impacto do aquecimento global sobre o país hoje e no futuro.
As projeções para os próximos 30 anos são preocupantes: o estudo alerta que, se a temperatura global subir mais 2°C, a Amazônia pode perder até metade de sua cobertura florestal, devido ao desmatamento e ao aumento das secas e incêndios, levando o ecossistema a um ponto de não retorno.
Com isso, os principais rios da bacia amazônica terão seu fluxo reduzido, com uma maior extensão geográfica da seca nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, o que afetará o acesso a alimentos, água e energia elétrica no Norte do país. O Nordeste, com cerca de 60 milhões de habitantes, pode sofrer desertificação em até 94% de seu território, comprometendo a qualidade de vida e a segurança alimentar.
O relatório destaca ainda que a população afetada por enxurradas aumentará entre 100 e 200%. Com a população brasileira envelhecendo e residindo em áreas urbanas, grande parte dessas pessoas estará concentrada em assentamentos precários e despreparados para tempestades, ondas de calor etc. Também haverá mais mortes e mais doenças transmitidas por vetores como dengue e malária.
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Para evitar o colapso ambiental, o relatório recomenda a redução imediata das emissões de gases de efeito estufa e o fim do desmatamento nos biomas brasileiros.
Investimentos em práticas agrícolas de baixo carbono, como sistemas agroflorestais e a integração entre lavoura, pecuária e floresta, também são vistos como essenciais para manter a segurança alimentar e hídrica. Além disso, uma gestão integrada dos recursos hídricos é crucial para minimizar os impactos das mudanças climáticas na agricultura e no abastecimento de água.
A adaptação urbana e a cooperação internacional também são apontadas como estratégias essenciais. O relatório sugere aumentar áreas verdes nas cidades, investir em transporte público de baixo carbono e ampliar tecnologias de drenagem para reduzir os impactos das chuvas intensas.
Por fim, o documento destaca que a colaboração com outros países será indispensável para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e para garantir financiamento a projetos de mitigação e adaptação.
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Conhecer as projeções climáticas e seus possíveis impactos é fundamental para antecipar desafios e planejar ações de mitigação e adaptação. Afinal, essas informações oferecem um mapa do que pode acontecer e como podemos nos preparar, evitando um cenário de perdas irreversíveis. É essencial que governos, empresas e cidadãos tomem consciência da gravidade da situação e trabalhem juntos em soluções que assegurem um futuro sustentável para o Brasil e o planeta.
Quer saber mais? Leia o relatório na íntegra para entender em profundidade os desafios e as soluções propostas.
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