Consultoria adota sistema de contratação “às cegas” para tornar processo seletivo mais justo e montar equipes mais diversas
Injustiças nos processos de contratação, influenciadas por fatores como classe social, gênero e etnia, ainda são um problema significativo nas empresas.
De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, candidatos britânicos de origens étnicas minoritárias precisam enviar, em média, 60% mais candidaturas de emprego para receber uma resposta positiva de recrutadores.
Para combater esse problema em seus processos seletivos, a consultoria ucraniana CFC Big Ideas adotou uma política de contratação totally blind (totalmente cega), em que todas as informações pessoais dos candidatos e também sua imagem e sua voz ficam ocultas até que uma oferta de emprego seja feita. Antes disso, os gerentes de recrutamento conhecem apenas os detalhes sobre experiência, educação e habilidades de cada candidato.
O objetivo é simples (e nobre): promover a igualdade e eliminar preconceitos e vieses inconscientes, tornando o processo de contratação mais diverso e justo.
“Candidatos talentosos correm o risco de serem negligenciados porque os gerentes de contratação podem ter alguma opinião consciente ou inconsciente sobre algo. Pode ser qualquer coisa, desde o nome de alguém até como falam ou como se parecem – e isso não é justo”, diz Kostiantyn Gridin, sócio e COO da CFC Big Ideas, em entrevista a Raconteur.
A Reconteur detalha que os candidatos pré-selecionados são convidados para uma entrevista online assíncrona, onde gravam suas respostas a um conjunto de perguntas fixas. O processo segue “às cegas” inclusive nesta etapa. Isso é possível porque a CFC Big Ideas criou – em parceria com a empresa brasileira de desenvolvimento de software Jobecam – uma plataforma na qual os entrevistados são representados por um avatar estático e sem rosto.
Seria esse o futuro dos processos de recrutamento e seleção?
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