ESG

B Lab lança novos padrões globais para certificação de empresas B

B Lab lança novos padrões globais para certificação de empresas B

Empresas precisam cumprir requisitos mínimos em sete áreas de impacto e comprovar melhorias contínuas para obter ou manter a certificação B

O B Lab, organização responsável pela certificação B, anunciou recentemente uma reformulação nas regras que determinam quais organizações podem ser reconhecidas como Empresas B.

Além de requisitos básicos, como estar legalmente constituída, assinar a Declaração de Interdependência e adotar uma governança voltada para stakeholders, as empresas não poderão obter a certificação caso tenham mais de 1% de sua receita ligada a setores como combustíveis fósseis, tabaco ou armamentos. Mas talvez a mudança mais estruturante tenha sido na lógica de avaliação adotada pelo B Lab…

Novo modelo substitui sistema de pontuação por critérios mínimos obrigatórios

Os critérios anteriores baseavam-se em uma pontuação mínima de 80 pontos distribuídos em cinco áreas. A partir de agora, as empresas precisam cumprir requisitos obrigatórios em sete áreas prioritárias – sem possibilidade de compensar baixo desempenho em uma área com excelência em outra. Os sete “Tópicos de Impacto” são:

Novos padrões de certificação B Lab

  • Propósito e governança voltada a stakeholders: exige uma missão bem definida e uma estrutura de governança que assegure a consideração dos impactos sobre todos os stakeholders, promovendo responsabilidade social e ambiental.
  • Trabalho justo: requer políticas salariais justas, condições dignas de trabalho e mecanismos formais para ouvir e incorporar o feedback dos colaboradores.
  • Justiça, equidade, diversidade e inclusão (JEDI): inclui ações concretas para promover equidade dentro da empresa e nas comunidades onde atua, combatendo discriminação e ampliando oportunidades.
  • Direitos humanos: demanda políticas e processos robustos para prevenir impactos negativos nos direitos humanos ao longo da cadeia de valor, com mecanismos de resposta em caso de violações.
  • Ação climática: exige planos de redução de emissões alinhados ao limite de 1,5°C do Acordo de Paris; empresas de grande porte devem apresentar metas baseadas na ciência, validadas por iniciativas reconhecidas como a Science Based Targets Initiative (SBTi).
  • Gestão ambiental: incentiva práticas responsáveis de uso de recursos naturais, priorizando modelos circulares e estratégias para reduzir impactos negativos no meio ambiente.
  • Atuação em políticas públicas: avalia como a empresa se engaja em ações coletivas e advocacy por políticas que promovam impactos sociais e econômicos positivos. Empresas maiores deverão publicar relatórios fiscais país a país como parte do compromisso com a transparência e a responsabilidade.

As mudanças foram desenvolvidas ao longo de quatro anos, com a participação ativa de empresas B, especialistas e organizações da sociedade civil. O B Lab recebeu mais de 26 mil contribuições durante o processo, o que reforça o caráter colaborativo e global da reformulação.

Como as novas regras serão aplicadas

As exigências variam conforme o porte, o setor e a localização da empresa, com critérios mais rigorosos para companhias com mais de mil funcionários ou faturamento anual acima de US$ 350 milhões. Essas empresas também precisarão apresentar planos para rastrear impactos ambientais e de direitos humanos em suas principais matérias-primas, relatar diferenças salariais entre gêneros e incluir metas socioambientais nos incentivos aos executivos.

As novas regras exigem ainda que as empresas evoluam ao longo do tempo, com marcos obrigatórios de melhoria a serem cumpridos no terceiro e no quinto ano após a certificação. A exigência de melhorias contínuas visa garantir que as empresas B mantenham um alto padrão de impacto e se adaptem aos desafios sociais, ambientais e regulatórios crescentes.

Além disso, as novas diretrizes buscam se alinhar a padrões internacionais, como a Global Reporting Initiative (GRI), European Sustainability Reporting Standards (ESRS), Fairtrade International e outras referências globais em ESG.

A transição para o novo modelo será gradual: empresas já certificadas poderão seguir o padrão anterior até 2028. Candidatas novas têm até 31 de dezembro de 2025 para tentar a certificação ainda com os critérios antigos.

Quer se aprofundar?

Se sua organização está considerando a certificação B ou busca caminhos para aumentar seu impacto positivo, confira outros conteúdos que já publicamos sobre o tema:

Leia também:
Empresas B: o que são e por que são tão importantes para o futuro do planeta


Conheça a nossa plataforma de curadoria e treinamento B2B sobre impacto, ESG e regeneração

Farol da Economia Regenerativa é uma solução de curadoria de conteúdo sobre ESG, sustentabilidade, impacto e regeneração. Funciona como um programa de aprendizado contínuo e é planejado sob medida para sua equipe e organização.

O Farol oferece palestras, treinamentos, notícias, tendências, insights, coberturas internacionais e uma curadoria exclusiva para a sua organização e seu time navegarem pelos temas mais urgentes da nossa era. Conheça o Farol e entre em contato para agendarmos uma conversa.

farol da economia regenerativa

Redação A Economia B

Os conteúdos assinados por Redação A Economia B são produzidos coletivamente pelo nosso time de jornalistas. Pauta, apuração, produção e edição são parte de um esforço compartilhado para oferecer a você a melhor curadoria de conteúdo sobre ESG, sustentabilidade, impacto e regeneração.

Série Estudos B

Guia para empresas