Forecaster.health avalia riscos relacionados a temperaturas extremas para diferentes subgrupos populacionais, aumentando a precisão das previsões
Um estudo global estima que, entre 2000 e 2019, 5 milhões de pessoas morreram prematuramente anualmente devido a causas relacionadas ao frio ou ao calor. Isso equivale a 9,4% de todas as mortes – ou seja, quase uma em cada dez.
Porém, por mais que temperaturas extremas afetem a população de maneira geral, existem grupos que são mais vulneráveis ao calor e/ou ao frio extremo. Identificar esses grupos é essencial para ajudá-los a lidar melhor com esses cenários.
E é justamente isso que o Forecaster.health, uma ferramenta desenvolvida pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), oferece.
“A vulnerabilidade ao calor é influenciada por vários fatores, incluindo sexo e idade. Sabemos, por exemplo, que as mulheres são mais suscetíveis ao calor do que os homens, e que o risco de morte tanto pelo calor quanto pelo frio aumenta com a idade.
Por essa razão, nossa ferramenta ajusta separadamente os modelos epidemiológicos para cada grupo de sexo e idade, o que nos permite emitir alertas independentes que consideram os impactos reais na população”, disse Marcos Quijal-Zamorano, pesquisador do ISGlobal e um dos criadores da plataforma, em nota.
O Forecaster.health é a primeira plataforma pan-europeia de acesso aberto que usa modelos epidemiológicos para prever os riscos reais de mortalidade causados por temperaturas extremas considerando fatores como sexo e idade.
O sistema oferece previsões de saúde de até duas semanas e abrange 580 regiões em 31 países, mostrando diferentes níveis de risco de mortalidade relacionados ao calor e ao frio.
“Até agora, os alertas de temperatura eram baseados apenas nas informações físicas das previsões meteorológicas e, portanto, ignoravam as diferenças na vulnerabilidade ao calor e ao frio entre os grupos populacionais. Nosso sistema muda esse paradigma ao deslocar o foco da meteorologia para a epidemiologia e os determinantes sociais da vulnerabilidade aos fatores ambientais”, diz Joan Ballester Claramunt, investigador principal do grupo de Adaptação do ISGlobal.
Na prática, a ferramenta utiliza dados do projeto EARLY-ADAPT para ajustar modelos epidemiológicos que quantificam os riscos de mortalidade por grupo populacional, oferecendo alertas específicos e precisos.
Financiado pelo Conselho Europeu de Pesquisa, o Forecaster.health visa aumentar a resiliência das sociedades frente às ameaças ambientais. A plataforma representa uma inovação ao utilizar dados de saúde para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, fornecendo informações vitais para a adaptação e proteção das populações mais vulneráveis.
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