ESG

8 estratégias de colaboração para impulsionar a descarbonização da indústria

Financiamento insuficiente, regulamentação fragmentada e adoção lenta de tecnologias sustentáveis são obstáculos para a descarbonização industrial. Novo relatório do Fórum Econômico Mundial indica caminhos para superá-los

De acordo com o relatório “United for Net Zero: Public-Private Collaboration to Accelerate Industry Decarbonization”, a indústria é responsável por aproximadamente 30% das emissões globais de gases de efeito estufa. 

Apesar da importância da descarbonização do setor para o cumprimento das metas climáticas do Acordo de Paris ser inegável, o ritmo atual de redução de emissões é insuficiente para isso…  

Segundo o estudo, as emissões industriais precisariam cair 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010, mas obstáculos como a falta de adesão generalizada, dificuldades na contabilização de carbono e desafios na mitigação ao longo das cadeias de valor dificultam o progresso. 

Por exemplo, apenas 9% das empresas globais têm metas de descarbonização alinhadas à ciência climática, e a fragmentação regulatória e a falta de padrões globais complicam a adoção de práticas sustentáveis em escala. Além disso, muitos projetos de descarbonização enfrentam barreiras financeiras, com investimentos em tecnologias verdes ainda abaixo do necessário para alcançar o Net Zero.

Diante desse cenário, o novo estudo do Fórum Econômico Mundial destaca que uma colaboração mais estreita entre os setores público e privado é fundamental para superar essas barreiras e acelerar a transição para emissões líquidas zero.

Principais ações para acelerar a descarbonização industrial

Baseado em insights de mais de 60 líderes seniores e 11 estudos de caso globais, o relatório identifica oito estratégias para acelerar a descarbonização industrial. São elas:

  • Aproveitar mecanismos financeiros públicos, como subsídios e isenções fiscais, para viabilizar projetos de descarbonização: Isso poderia significar criar incentivos financeiros para as empresas que investem em tecnologias verdes, reduzindo os custos iniciais de implementação.
  • Engajar o setor no desenvolvimento de mecanismos financeiros alinhados às necessidades da indústria: É fundamental que as empresas se envolvam ativamente na criação de soluções financeiras que atendam às suas realidades e objetivos de descarbonização, como linhas de crédito sustentáveis e fundos direcionados.
  • Facilitar a adoção de ferramentas padronizadas de rastreamento de carbono nas cadeias de valor: Criar plataformas e métodos uniformes para monitoramento de emissões ao longo das cadeias de fornecimento pode facilitar o controle e a transparência, além de garantir a rastreabilidade.
  • Harmonizar os padrões globais de contabilidade de carbono para reduzir custos e aumentar a transparência: Isso reduziria a complexidade e os custos administrativos associados à medição de emissões, criando um sistema universalmente aceito que simplifica a comparação entre empresas e regiões.
  • Apoiar ativamente soluções de zero emissões em toda a cadeia de valor, especialmente para pequenas e médias empresas: Oferecer suporte direto a empresas menores, com acesso facilitado a tecnologias de baixo carbono e consultorias especializadas, pode acelerar a transição no setor.
  • Colaborar com governos na formulação de políticas que acelerem a redução de emissões: O envolvimento governamental é importante para criar legislações que favoreçam a inovação, como incentivos fiscais e políticas públicas de longo prazo que assegurem um ambiente propício à descarbonização.
  • Fazer investimentos conjuntos em tecnologias climáticas, como hidrogênio verde e energias renováveis: A colaboração entre setores pode proporcionar o financiamento necessário para o desenvolvimento e implementação de tecnologias emergentes, acelerando sua adoção no mercado.
  • Criar políticas que incentivem a adoção de tecnologias sustentáveis e reduzam riscos para investidores: Estabelecer políticas claras e estáveis para minimizar os riscos percebidos pelos investidores pode impulsionar o fluxo de capital para projetos sustentáveis.

Por fim, o relatório destaca que a superação dos desafios exigirá um comprometimento real e uma visão compartilhada entre governos, empresas e a sociedade. Somente por meio dessa união será possível alcançar as metas climáticas globais e garantir uma economia resiliente, baseada em práticas de baixo carbono e inovação.

→ O relatório United for Net Zero: Public-Private Collaboration to Accelerate Industry Decarbonization está disponível na íntegra, em inglês, aqui.

Leia também:
95% das maiores empresas do mundo têm metas de redução de emissões de carbono


Conheça a nossa plataforma de curadoria e treinamento B2B sobre impacto, ESG e regeneração

Farol da Economia Regenerativa é uma solução de curadoria de conteúdo sobre ESG, sustentabilidade, impacto e regeneração. Funciona como um programa de aprendizado contínuo e é planejado sob medida para sua equipe e organização.

O Farol oferece palestras, treinamentos, notícias, tendências, insights, coberturas internacionais e uma curadoria exclusiva para a sua organização e seu time navegarem pelos temas mais urgentes da nossa era. Conheça o Farol e entre em contato para agendarmos uma conversa.

Deixe um comentário
Compartilhe
Publicado por
Redação A Economia B

Posts recentes

  • ODS

Energia solar cresce 88% e impulsiona crescimento global de renováveis

Estudo da Deloitte aponta que, apesar dos avanços, desafios em infraestrutura e licenciamento ainda limitam…

fevereiro 13, 2025
  • ESG

14 grandes marcas se unem para impulsionar a circularidade na indústria de calçados

Iniciativa Closing the Footwear Loop visa acelerar a circularidade e reduzir o impacto ambiental da…

fevereiro 12, 2025
  • Tendências

Seis tendências de sustentabilidade e clima para 2025

Da transição energética aos mercados de carbono: como IA, risco social e capital privado impactam…

fevereiro 7, 2025
  • Newsletter

Farol #33 – O humor como ferramenta para combater a desinformação climática

Com humor, especialistas rebatem argumentos usados por 'cunhados sabidões' contra energias renováveis e mostram que,…

fevereiro 6, 2025
  • Notícias B

Reino Unido se compromete a reduzir suas emissões em 81% até 2035

Novo plano climático britânico prevê ainda triplicar energia renovável, proteger biodiversidade e investir £11,6 bilhões…

fevereiro 4, 2025
  • ESG

Investimentos em sustentabilidade impulsionam receita, diz PwC

33% dos CEOs globais observam aumento na receita com iniciativas verdes, e 67% afirmam que…

janeiro 30, 2025

Este site utiliza cookies.