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Planeta tem o ano mais quente da história e ultrapassa limite crítico

Relatório alerta que temperatura média acima do limite estabelecido no Acordo de Paris intensifica eventos climáticos extremos, mas cientistas dizem que ainda é possível reverter o cenário

O ano de 2024 quebrou todos os recordes de temperatura já registrados. Segundo dados do serviço climático europeu Copernicus, a média global chegou a 15,10°C, um aumento de 1,6°C em relação aos níveis pré-industriais. Assim, o limite de aquecimento de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris foi ultrapassado pela primeira vez.

De acordo com o Relatório de Destaques Climáticos Globais Copernicus 2024, esse resultado foi impulsionado principalmente pelas emissões humanas de gases de efeito estufa, com fenômenos como El Niño tendo um impacto secundário.

A Europa é o continente que mais aquece no planeta, com temperaturas aumentando duas vezes mais rápido que a média global desde os anos 1980. O derretimento de glaciares, mudanças na precipitação e ondas de calor mais frequentes no verão são algumas das consequências desse aquecimento, especialmente na região do Ártico europeu.

O estudo indica ainda que eventos climáticos extremos registrados em 2024, como ondas de calor na África, secas na América do Sul e chuvas intensas na Europa, foram agravados por essa elevação na temperatura global média. Cientistas alertam que cada fração de grau adicional de aquecimento aumenta a frequência e a intensidade desses eventos.

Apesar disso, o relatório afirma que é possível evitar os piores cenários. Para isso, é preciso que haja uma redução significativa nas emissões globais nos próximos anos.

“A humanidade está no comando de seu próprio destino, mas como respondemos ao desafio climático deve ser baseado em evidências. O futuro está em nossas mãos – ação rápida e decisiva ainda pode alterar a trajetória de nosso clima futuro”, alerta Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus.

A persistente quebra de recordes climáticos tem surpreendido cientistas, com alguns temendo uma aceleração do aquecimento devido a fatores ainda pouco compreendidos, como mudanças na cobertura de nuvens e calor prolongado nos oceanos.

No entanto, eles ressaltam que limitar o aquecimento para 1,6°C ou 1,8°C acima dos níveis pré-industriais ainda seria muito melhor do que ultrapassar 3°C ou 4°C, e destacam a necessidade urgente de ações coordenadas para conter os impactos do aquecimento global.

Leia também:
Mapa revela grupos populacionais mais vulneráveis a temperaturas extremas


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Redação A Economia B

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